domingo, 7 de abril de 2013

Não somos candidatos nas próximas autárquicas



Texto de Pedro Mendonça e Odete Cosme, do Bloco de Esquerda, publicado nesta edição do POVO DO CARTAXO, jornal que pode assinar aqui.


Em 2009 fomos candidatos à Assembleia Municipal pelo Bloco de Esquerda por termos a vontade de servir a comunidade, de representar os nossos concidadãos, de fiscalizar a ação do poder, de tornar mais transparente a gestão pública, de dar resposta às reais necessidades da população, de lutar pelo respeito pelas leis da República e de provar que é possível uma nova forma de fazer política local.
Eleitos, tentámos cumprir os nossos compromissos, mais que representantes de um partido ou de uma ideologia, fomos representantes de todos os cidadãos. A realidade é que perdemos algumas batalhas em que nos envolvemos, não por falta de empenho mas porque o Poder sempre se interessou mais em manter-se no Poder do que em cooperar para o bem comum, atitude espelhada nos chumbos sem discussão das propostas por nós apresentadas.
Apesar do bloqueio da maioria absoluta eleita pelo PS, acreditamos ter ganho a guerra de mudar a política no Concelho do Cartaxo. Hoje somos muitos cidadãos a querer a transparência e somos mais cidadãos sem medo e com menos “respeitinho” a quem não o merece. Acreditamos que estilhaçámos a parede opaca que separava os cidadãos da gestão municipal e que lhes devolvemos algum do Poder que lhes foi sendo tirado.
Por termos sido eleitos também para fiscalizar, denunciámos publicamente os negócios dúbios que se fizeram e as viagens e os regabofes pagos por todos nós. Revelámos a dívida da Câmara, a sua irracionalidade e como ela levou a um aumento generalizado dos nossos impostos. Lutámos sem tréguas contra o negócio das águas e conseguimos realizar um referendo local que travou um leilão de oitocentos lugares de estacionamento no espaço público. Em nome da ética apresentámos dezenas de queixas às autoridades no sentido de julgar quem a nosso ver praticou Gestão Danosa e de quem se usou dos seus cargos para ter aquilo a que não tinha direito.
Muitas foram as propostas chumbadas sem discussão, desde um plano de poupanças imediatas, à renegociação com a Cartágua, passando pela gestão da dívida. Nunca parámos de exigir o arranjo das ruas, estradas e jardins deixados ao abandono propondo onde se deveria cortar para haver dinheiro para cuidar do concelho.
Procurámos sempre consensos e estivemos sempre abertos ao diálogo com todos os que se opuseram a Paulo Caldas e Paulo Varanda. Fizemo-lo porque consideramos que foram os piores autarcas na história do Cartaxo e infelizmente os factos dão-nos razão.
A nossa luta foi e é um serviço cívico, não somos nem nunca seremos profissionais da política e por essa razão não nos candidatamos nas próximas eleições autárquicas. Acreditamos que é necessária uma mudança constante nestes cargos para evitar esmorecimentos, tentativas de corrupção ou naturais vícios a que constantemente assistimos em quem valoriza mais o cargo do que o dever para que foram eleitos.
Agradecemos o apoio que muitos cidadãos de vários quadrantes nos deram e ao Bloco de Esquerda, continuamos crentes que a sua ação continuará a ser a da luta intransigente pelo que é melhor para os cidadãos.
No final deste mandato, reafirmamos o que sempre dissemos:
Acreditamos no Poder dos Cidadãos e por essa razão nunca deixaremos de o exercer.

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