segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Quem bebeu o meu whisky?


Última foto de 2012 que simboliza perfeitamente o que se passou este ano: um copo vazio. Completamente vazio, sem o raio de uma única pinga de whisky lá dentro.

Desfile Ávinho (VI)

Com este vídeo concluímos o ciclo dedicado à edição de 2011 do certame 'Ávinho', que se realiza, anualmente, em Abril, em Aveiras de Cima, concelho da Azumbuja.

Viva 2013

Vamos lá, então, enterrar este maldito ano e encarar 2013 de frente, com alegria e optimismo. Vai ser um excelente ano, cheio de coisas boas e, sobretudo, de recuperação económica. Não vai ser nada, estava a gozar.

(Opinião, Jorge Eusébio)

domingo, 30 de dezembro de 2012

Paisagem alentejana

 
 
Paisagem alentejana por esta altura do ano, com o nevoeiro a tentar boicotar o trabalho do grande fotógrafo.

Vai ser um espanto

Passos Coelho deve ser sportinguista. Ainda não foi desta, mas no próximo ano (ou no outro... ou no seguinte) é que vai ser. Vamos ser campeões, disso não tem dúvidas. Vamos vencer a crise, garante. Vai ser uma alegria quando isso acontecer. O mundo irá, finalmente, olhar para nós com respeito, admiração e, sobretudo, espanto. Estou convencido que será a primeira vez que vai ver dez milhões de mortos a atirarem foguetes e abrirem garrafas de champanhe.

(Opinião, Jorge Eusébio)

sábado, 29 de dezembro de 2012

Campeonato de Foot-Vaca


Foi em 2007 que alguns adeptos das tradições ribatejanas, em especial, ligadas aos touros e à festa brava resolveram criar um grupo a que deram o nome de Gentes do Cartaxo. Inicialmente, recorda o seu presidente, Délio Pereira, eram apenas 11. Ao longo destes anos, o grupo foi crescendo e, actualmente, “já temos à volta de 410/420 associados”.

O principal objectivo da associação é organizar as Festas da Cidade do Cartaxo. Uma tarefa que tem sido levada a cabo com sucesso, muito devido ao apoio que a Gentes do Cartaxo recebe de cidadãos individuais e de outras colectividades. Um apoio que, refere outro dos seus dirigentes, Jorge Rosa, “nos permite fazer as festas com um orçamento de 10 a 15 mil euros”, uma verba que fica bastante aquém da que, normalmente, as comissões de outras iniciativas do género precisam. Nesta altura, já estão a começar a preparar a edição de 2013, que se desenvolverá ao longo de cinco dias.

Tal como acontece noutros concelhos da região, as largadas de touros são dos momentos mais esperados e que mais entusiasmo despertam entre os muitos milhares de pessoas que se deslocam à cidade por essa altura. Mas, a pouco e pouco, a associação foi introduzindo outros divertimentos. Um dos mais populares e que faz com que a praça de touros encha por completo é a mesa da tortura, mas também o foot-vaca foi ganhando adeptos nos últimos dois anos. Inclusivamente, entre as raparigas que, este ano, formaram equipas e também participaram. Uma decisão que “nos deu muita alegria e que veio quebrar um pouco aquela tendência de associar o machismo à festa brava”. E o sucesso tem sido de tal dimensão que Jorge Rosa já pensa noutros voos: “por que não fazer-se um campeonato de foot-vaca”? Tendo em conta a curiosidade e interesse que a modalidade desperta, “quem sabe, se um dia destes, não aparece uma federação da modalidade.”

O fado é outra das vertentes da associação. Elias Santos diz que, actualmente, “somos 18 alunos, divididos por dois grupos”. A fama desta Escola de Fado já ultrapassou as fronteiras do concelho, o que faz com que receba adeptos da canção nacional de localidades como Santarém, Fazendas de Almeirim, Vila Franca e Torres Novas.

O próximo objectivo da Gentes do Cartaxo é criar uma secção direccionada para o apoio social. Délio Pereira lembra que, há algum tempo, “os nossos estatutos foram alterados, de forma a prever essa possibilidade ”e, tendo em conta a situação económica muito complicada que o país e as pessoas atravessam, a sua implantação é cada vez mais necessária, pelo que deverá avançar logo que possível

 (Reportagem completa na edição 861 do jornal O Povo do Cartaxo)

Vamos conseguir

Vamos lá a animar, há razões para ter esperança. Afinal, acabámos de escapar ao massacre de um milhão de anúncios de perfumes, brinquedos e chocolates. Sobrevivemos a dois milhões e meio de músicas de Natal já bolorentas e a três milhões de mensagens de Boas Festas. Um povo que consegue resistir a isto é capaz de tudo. Até de escapar com vida a mais um ano de crise profunda. Ou dois. Ou três.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Desfile Ávinho (V)

Para além do desfile etnográfico, em que participam dezenas ou, mesmo, centenas de pessoas, vestidas com os trajes de outros tempos, o Ávinho, que se realiza todos os anos em Aveiras de Cima (concelho da Azambuja), também integra momentos de animação musical, visita às adegas da vila e uma gincana de tractores.

Cartaxo com Orçamento de mais de 72 milhões de euros

O Orçamento da Câmara do Cartaxo para 2013 é de 72,3 milhões de euros. O documento foi aprovado ontem, em sessão do executivo camarário, com os votos favoráveis da maioria socialista e a abstenção de Paulo Neves, um dos vereadores eleitos na lista do PSD. Horas mais tarde, também receberia o aval da Assembleia Municipal, aqui com votos a favor de treze elementos do PS e do presidente da Freguesia da Ereira (PSD). Os restantes eleitos da oposição votaram contra e registou-se, ainda, a abstenção de um deputado municipal do PS.
O presidente da Câmara, Paulo Varanda, disse ser este o Orçamento possível e de "dificílima execução". Até porque uma parte substancial (cerca de 60%) dos 72,3 milhões aprovados refere-se a verbas destinadas ao pagamento de dívidas antigas. Juntando a essa verba a destinada ao pagamento de ordenados (6 milhões), às transferências para as freguesias, refeições escolares, Centro Escolar do Cartaxo e outros projectos em curso, o valor real com que a autarquia poderá contar é de apenas "21 a 22 milhões de euros". Para que seja possível fazer a gestão com tais valores, referiu que vai ser preciso cortar em "gorduras" e deixar cair, pelo menos para já, projectos como o Valada XXI, o Centro Escolar de Pontével e a ETAR de Vale da Pedra.
A oposição responsabilizou os sucessivos executivos socialistas pela situação que se vive e manifestou a sua convicção de que este é mais um orçamento irrealista, que não irá ser cumprido.
Outro dos temas da ordem de trabalhos era a discussão e deliberação sobre a proposta de celebração de um contrato adicional das águas com a Cartagua. Paulo Varanda defendeu que ele não implicaria qualquer acréscimo nas facturas no próximo ano, mas pelas contas do Bloco de Esquerda, a sua aprovação implicaria o aumento do preço da água em 40% até 2018 e a diminuição das rendas a pagar pela empresa. A proposta acabou por ser chumbada, com os votos contra de toda a oposição e de um elemento do PS. Quatro outros eleitos socialistas também contribuíram para o 'chumbo' por terem optado pela abstenção.

Noites brancas

Estão a ver aquelas noites em que, por voltas e mais voltas que demos na cama, não se consegue adormecer? Não adianta pensar que há que acordar cedo de manhã, tentar contar carneiros ou sujeitarmo-nos à tortura de ouvir os discursos sonoríferos do ministro das Finanças. E o pior mesmo é, estafados de tanta luta, lá conseguirmos adormecer um bocado antes da hora que nos devíamos levantar. Acabamos por não ouvir o despertador e chegar atrasados à reunião há muito agendada. São noites porreiras, não são?

(Opinião, Jorge Eusébio)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Multibancos à prova de assalto



Em Vale da Pedra, Vale da Pinta e Lapa vão ser construídos autênticos bunkers, onde serão instalados os postos multibanco. Trata-se de uma medida de segurança exigida pela Caixa Agrícola para voltar a instalar definitivamente aqueles equipamentos e impedir o seu assalto por meio de rebentamento.
Esse receio fez com que aquela instituição bancária tenha desactivado os multibancos que tinha nas freguesias. Entretanto, o de Pontével já voltou a estar operacional e os de Vale da Pinta e Lapa deverão, segundo os respectivos presidentes de Junta, ser ligados a qualquer o momento, embora de forma provisória, enquanto não são construídos os bunkers onde serão então colocados, de forma definitiva, estes equipamentos. Apenas o de Vale da Pedra não será ligado de imediato, por decisão do presidente da Freguesia. Joaquim Edgar receia que haja uma tentativa de assalto por rebentamento e então “ficávamos sem multibanco, sem junta de freguesia nem posto médico”. Mas, tal como os seus colegas de Vale da Pinta e da Lapa, também ele pretende avançar com a construção do bunker, uma estrutura de betão, com porta blindada, praticamente à prova de assalto e de rebentamento. No caso de Vale da Pedra, ficará situado no pequeno jardim existente em frente ao edifício da Junta.
No entanto, a construção poderá não avançar de imediato, devido aos custos que acarreta para as freguesias. De acordo com Rogério Santos, presidente da Freguesia da Lapa, os orçamentos que lhe chegaram “andam na ordem dos oito a 10 mil euros”, o que, nesta altura de crise, é uma verba significativa para estas autarquias, a quem competirá suportar a despesa. No caso da Lapa, o bunker ficará situado no largo principal, também praticamente em frente à Junta.
Fernando Ramos, de Vale da Pinta, também está na expectativa de saber com que verbas poderá contar no orçamento do próximo ano, de forma a poder avançar com a construção do bunker, que ficará localizado na zona em que está hoje, no largo junto aos semáforos.

(Jornal O Povo do Cartaxo, edição 861)

Com a cabeça na lua

A partir de hoje, vou começar a poupar e, em 2020, terei dinheiro suficiente para ir fazer turismo... à lua. Não vai ser fácil, já fiz as contas e cheguei à conclusão de preciso de pôr de lado quase 190 mil euros por ano, ou seja, mais de 15 mil euros por mês. Bom, se calhar é melhor pôr a ideia de lado. Até porque não consta que haja por lá muitos hotéis de cinco estrelas e, pensando bem, sou capaz de encontrar muitos mais lunáticos por cá. Mas vou poupar na mesma. Se me esforçar, sou bem capaz de, em 2020, ter condições para ir de férias, durante um fim-de-semana, para a Nazaré. Fora da época alta, claro.

(Opinião, Jorge Eusébio)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

"Não tive convite do PSD" para voltar a ser candidato



Entrevista a Paulo Neves, vereador na Câmara do Cartaxo, eleito pelo PSD

Tem sido fácil ou complicado o seu relacionamento com o PSD?

Sempre foi bom, mas eu também tenho as minhas regras, não sou facilmente influenciável, ninguém me consegue demover das minhas ideias. Podemos conversar, debater os assuntos, em alguns, tenho razão, noutros tenho menos razão, mas ninguém me consegue demover das minhas ideias. Isso foi uma coisa que deixei bem patente quando me candidatei pelo PSD.


Se o PSD o convidar, pretende voltar a candidatar-se à presidência da Câmara?

Há uma coisa que as pessoas se esquecem também, não é só o PSD que tem que querer, eu também tenho de querer e, neste momento, não estou preparado para dar uma resposta.


Ainda vai entrar em período de reflexão?

Vou entrar, vou, ninguém me disse nada, muito honestamente, não fui confrontado com nenhum convite por parte do PSD.

Há muita gente que me aborda na rua, uns já me chamam presidente, outros dizem que já levei com os pés do PSD… O poder é uma coisa que não me fascina, só dentro da minha própria empresa ou nas colectividades onde possa dar o meu contributo.


Não tem ideia se o PSD o quer como candidato ou não?

Nem tão pouco isso me preocupa.


Em face do que encontrou na última campanha eleitoral e no que aconteceu daí para cá, acha que agora teria boas hipóteses de ganhar?

É uma boa pergunta, não sei responder, mas poderia, eventualmente, ser o momento para ganhar. 

(Excerto da entrevista, que pode ser lida, na íntegra, na edição 861 do jornal O Povo do Cartaxo)

Cantinas sociais no Cartaxo com capacidade para servir até 120 refeições diárias

 O concelho do Cartaxo tem, desde o passado mês de Novembro, mais um instrumento de apoio alimentar às pessoas mais afectadas pela crise. Trata-se das cantinas sociais que, segundo o vereador Bernardo Pereira, “têm capacidade protocolada com o Estado para fornecerem até 120 refeições diárias”. Este serviço tem três pontos principais: os Centros de Dia de Pontével e Vila Chã de Ourique e a Santa Casa da Misericórdia do Cartaxo, mas envolvem todas as freguesias e  muitas instituições do concelho, sendo uma das mais relevantes, a este nível, o núcleo local da Cruz Vermelha.
Segundo a provedora da Misericórdia do Cartaxo, Luísa Pato, nesta altura “ainda não há uma grande afluência de pessoas”, provavelmente por se tratar de um serviço de recente implementação. Deverão estar a ser servidas entre 10 a 15 refeições diárias.
As entidades que participam no projecto garantem que os beneficiários terão refeições todos os dias da semana. Isso implica que, à Sexta-feira, reforcem a dose para que os utentes possam levar comida para o fim-de-semana. Outra alternativa é as entidades parceiras que fazem apoio domiciliário, levarem a comida ao Sábado e Domingo.
Cada uma destas refeições é comparticipada pelo Estado com dois euros e meio, podendo as instituições, em certos casos, cobrar ao beneficiário do serviço um euro. Todo o sistema funciona de uma forma coordenada, sob a liderança do núcleo executivo da Rede Social do concelho que avalia a situação de cada família e a encaminha para as instituições parceiras, se entender ser caso disso. Formalmente, o protocolo firmado com o Estado termina no final do ano, mas já há a garantia de ser automaticamente renovado para não haver quebra deste apoio.

(Artigo completo na edição 861 do jornal O Povo do Cartaxo)

Ribeira de Santarém em época de cheias






Visão a partir do jardim Portas do Sol, em Santarém, em altura de cheias

A cadeira do poder

Esta não é, seguramente, a cadeira do poder. Se fosse, não estaria vazia.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Alcobaça





Isso não interessa para nada

Devido às regras de limitação de mandatos, há muitos presidentes de Câmara que já não podem candidatar-se às autarquias que dirigem. Mas a lei permite que vão tentar 'servir' as populações de outros concelhos e é o que muitos estão a fazer. São os chamados páraquedistas. Imagino que muitos nem conheçam os limites dos territórios que querem tomar e, muito menos, os problemas e dificuldades de quem por lá habita, mas isso não interessa para nada.

(Opinião, Jorge Eusébio)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Menos palavras, por favor

As palavras foram uma boa invenção mas, às vezes, só atrapalham. Revelam o que não pensamos ou, pior ainda, o que pensamos mas não queremos dizer. Escolher palavras deve ser a tarefa mais complicada do Mundo. Elas são escorregadias, traiçoeiras e, sobretudo, são muitas. É uma canseira ter de escolher só uma entre tantas. As palavras foram uma boa ideia, mas podiam ter inventado menos.

(Opinião, Jorge Eusébio)

Desfile Ávinho (IV)

Aveiras de Cima é uma terra muito ligada à produção de vinho, ao ponto de, desde há alguns anos a esta parte, albergar o título de Vila Museu do Vinho. O Ávinho procura desvendar toda essa relação entre a população, a vila, a vinha, o vinho e o mundo rural.



domingo, 23 de dezembro de 2012

Aldeia Avieira do Escaroupim, em Salvaterra de Magos





"Mal por mal, preferia que Paulo Caldas tivesse continuado como presidente de Câmara"



Entrevista a Paulo Neves, vereador do PSD na Câmara do Cartaxo:

O concelho ganhou ou perdeu com a saída de Paulo Caldas e a sua substituição por Paulo Varanda?

Em determinada altura, quando Paulo Caldas pensou em sair, a comunicação social e todos os políticos da nossa praça, acharam graça, riram-se para mim, quando eu pedi, quase por misericórdia, para o Paulo Caldas ficar, mas eu sabia o que estava a dizer. Em termos de gestão, nenhum deles me agrada, mas com certeza que preferia que Paulo Caldas ficasse até ao fim.



Porquê? Fartava-se de criticar Paulo Caldas, agora diz que era melhor que tivesse ficado?

Era um homem que, cada vez que lhe colocávamos uma questão, tinha sempre uma resposta, nunca havia uma meia resposta, hoje o que se verifica é que existem muitas meias respostas, muito pouco conhecimento das matérias que são ali debatidas. Por outro lado, quem nos levou para este abismo foi Paulo Caldas, pelo que deveria ter ficado até ao fim. Essa é a minha opinião e se me der a escolher entre um e outro, com certeza que preferia Paulo Caldas como presidente do que Paulo Varanda.



Está a dizer que o concelho perdeu com a saída de Paulo Caldas.

O concelho, na minha modesta opinião, perde com a governação dos dois, mas, mal por mal, que ficasse Paulo Caldas até ao fim.

(Excerto da entrevista que pode ser lida na íntegra na edição 861 do jornal O Povo do Cartaxo)

Um Bom Natal

O 1º ministro russo, Dmitri Medvedev (acho que, nesta altura, é 1º ministro, era presidente, mas semana sim, semana não, troca com Putin), causou enorme escândalo ao afirmar que há por aí muitos extra-terrestres e que ainda acredita no Pai Natal. Não sei porquê o espanto. Está cientificamente provado que há muitos extra-terrestres disfarçados entre nós. Assim, de repente, lembro-me de três: Passos Coelho, Vítor Gaspar e António Borges. E, pessoalmente, também acredito no Pai Natal que, nos próximos dias, vai aparecer por aí e trazer um presente fantástico. Não, não é o totoloto, o fim da crise, a paz no mundo ou o fim da crise. Vai, simplesmente, fazer com os portugueses deixem de acreditar nos extra-terrestres. Pelos menos, naqueles três. Vai ser um bom Natal.

(Opinião, Jorge Eusébio)

sábado, 22 de dezembro de 2012

Presépio da Gentes do Cartaxo




Época perigosa



E pronto, lá chegamos à época mais bonita e irritante do ano. Bonita, pelo simbolismo e pelo que representa. Irritante, porque é aquele período em que toda a gente se torna subitamente boazinha e desata a desejar tudo de bom a toda a gente que esteja à sua volta. Mesmo à que detesta durante o resto do ano ou até mesmo durante o Natal. Mas esta é também uma quadra perigosa. Acho que, por estes dias, não devemos concentrar todas as nossas atenções na compra de presentes, na ementa de Natal e no envio de mensagens de boas-festas. Na minha modesta opinião, é conveniente manter especial atenção e vigilância às medidas que o Governo toma. É que, se pensarmos bem, é a altura perfeita para Passos Coelho e Companhia aumentarem ainda mais os impostos. Se o fizerem, com sorte, ninguém dará por isso. E, se derem, também não há problema, pois a época natalícia convida à paz, à tolerância e ao perdão. Se deixar escapar esta oportunidade, o melhor que o Governo tem a fazer é esperar por uma vitória do Benfica nas competições europeias. Com o país em festa, ninguém vai ligar a nada do que faça.
Falando, agora, a sério, este é um Natal sem razões para qualquer tipo de festejos e alegria. Que o digam os 700 mil desempregados do país, os 10 mil empresários que tiveram de pedir a insolvência no último ano; os muitos que também fecharam portas sem pedir insolvência; os outros que teimam em lutar contra a corrente e que são atacados sem piedade pelo fisco. Isto para já não falar dos cidadãos que, sem dinheiro para pagar as contas a tempo e horas, são roubados pelos bancos que, para além dos juros de mora, ainda lhes cobram uma multa. Tudo legal, imagino.
É mais um Natal que se vai sem que alguém nos explique porque carga de água temos de continuar a pagar as dívidas do BPN, se nunca fomos donos, investidores ou clientes do banco. Até porque, ao que se sabe, os seus accionistas, que ganharam milhões, continuam com um belo pé de meia que podia ajudar a pagar uma parte da confusão que fizeram. Mais um Natal que se escapa sem que o Governo explique quais são as empresas que, indo à falência, se pode entregar ao Estado. Mais uma época natalícia que passa sem que se entenda porque é pagamos juros à troika de 3,5 ou 4,5 por cento, enquanto que os espanhóis conseguem pagar só 0,5 por cento. Sem que se perceba porque é que os gregos, que não cumprem, vêem as suas condições suavizadas, enquanto que nós, os bons alunos, continuamos a ser sugados até ao tutano. E, sobretudo, porque, vendo tudo isto, se continua a seguir o mesmo caminho suicida.

(Cronica Jorge Eusébio, na edição 861 do jornal O Povo do Cartaxo e difundida na Rádio Cartaxo)

Espírito natalício

Por todo o país, já se está em plena guerra aberta para definir quem vão ser os candidatos dos diversos partidos às eleições autárquicas. Tal como o país, a maior parte das autarquias está na penúria, mas gente que queira 'sacrificar-se' por elas não falta. E, para conseguirem isso, são capazes de jogar todos os trunfos que têm na manga: traições, deslealdades, facadas nas costas, assassínio de carácter e outras sacanices que tais. Estão cheios de espírito natalício, os nossos políticos.

(Opinião, Jorge Eusébio)

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O fim de Ricardo Araújo Pereira

Gosto muito do humor do Ricardo Araújo Pereira, mas parece-me que ele devia pensar em reformar-se. Agora que Joe Berardo resolveu entrar no ramo, não há hipótese. O homem é um talento, é humorista e dos bons. Ainda não parei de rir desde que li a piada dele sobre Passos Coelho andar a perseguir os coitadinhos dos tipos ricos.

(Opinião, Jorge Eusébio)

Jogo de futebol com o 'apoio' de uma vaca

O Foot Vaca é um dos eventos que maior popularidade adquiriu nos últimos dois anos, nas Festas do Cartaxo. A tal ponto que já há quem esteja a pensar num campeonato regional da modalidade.

Mais uma edição do Povo do Cartaxo


Miúdo azarado

Os putos estão a ficar cada vez mais precoces e inteligentes. Ontem, no café, deparei-me com um caso desses. Na mesa ao lado da minha, um miúdo de dois ou três anos não parava de berrar. A família tentava calá-lo, mas sem sucesso. O pirralho, ainda tão novo, já topou o mundo desgraçado e o país falido que lhe calharam na rifa. E berra por isso. Que mais pode o azarado miúdo fazer?

(Opinião, Jorge Eusébio)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Paulo Varanda cumpre mandato até ao fim

O presidente da Câmara do Cartaxo, Paulo Varanda, pretende cumprir o mandato até ao fim. Caso não seja indicado candidato pelo PS nas próximas eleições isso, na prática, significará uma retirada da confiança política por parte do partido, o que poderia levá-lo a deixar o cargo, mas o autarca veio agora esclarecer que não coloca esse cenário. Em declarações à Rádio Cartaxo, que podem ser escutadas aqui, garante que "vou levar o mandato até ao fim". E acrescenta que isso se aplica a este e, eventualmente, a outros "mandatos" que os cartaxeiros entendem por bem confiar-lhe. Uma declaração que abre a possibilidade de avançar como independente nas próximas eleições autárquicas.
Para já, espera, "de forma serena", que "instâncias competentes analisem o processo em profundidade e que tomem decisões". Mas, seja qual for a decisão, nada acontecerá que o "demova da motivação" para continuar a desenvolver a sua acção como autarca e a procurar resolver "os problemas que o concelho apresenta". Até porque "a minha força, o meu vigor, a minha entrega não dependem do facto de ter sido mais ou menos traído por um conjunto de pessoas". Referindo-se às directas do PS/Cartaxo, reafirma que "não me apresentei a qualquer acto eleitoral" e que "neste momento sou presidente da Câmara e tudo o resto são floreados, são telenovelas que não interessam".

Acabem lá com esta droga

Espero que seja verdade. Que amanhã acabe mesmo o Mundo. É que, a contar com isso, nem me dei ao trabalho de ir comprar prendas de Natal. E, em cima da hora, fica difícil. Por isso, não me lixem, acabem com esta droga de uma vez.

(Opinião, Jorge Eusébio)

Boas e más notícias

Boas notícias. A crise está a dar as últimas. Não vamos ter de fazer mais sacrifícios. Não vamos ter de reduzir o défice, nem de pagar a dívida. Isso é que me dá mais gozo. O que me chateia um bocadinho é saber que vou desta para melhor. Eu e toda a gente. Amanhã. Dia em que, como se sabe, o mundo acaba.

(Opinião, Jorge Eusébio)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Queda do Governo aumentaria a austeridade

O CDS de Salvaterra de Magos inaugurou, na Sexta-feira, a sua sede e deu posse à nova comissão política. A sua presidente é Lucília Neves, que assumiu a ambição de "ir para ganhar" às próximas eleições autárquicas. Marcou presença na cerimónia, o secretário-geral do partido, António Carlos Monteiro, que apelou à contenção de gastos na campanha eleitoral. Tendo em conta a situação em que o país se encontra, a população não vai compreender que nela "se gaste rios de dinheiro". A inauguração contou também com a participação de Filipe Lobo D'Ávila que, na condição de Secretário de Estado da Administração Interna, havia acabado de visitar o quartel dos Bombeiros Voluntários locais. Assumiu que o CDS não concorda com muitas das medidas que têm vindo a ser tomadas, mas que a sua manutenção na coligação deve-se ao facto de entender que "juntar à crise económica, uma crise orçamental e uma crise política iria fazer com que se atirasse para o lixo o esforço feito até agora". Na sua opinião, a queda do Governo também abriria portas a um segundo resgate e a um novo "programa de austeridade ainda mais duro do que aquele que enfrentamos".

Continua a 'guerra' no PS/Cartaxo

Parece não ter fim a polémica em torno da escolha por parte do PS do seu candidato à presidência da Câmara. Agora é Pedro Magalhães Ribeiro que vem acusar Paulo Varanda de ter proferido "afirmações injuriosas" e de ter "faltado ao respeito aos militantes", por "abandonar a meio uma Comissão Política para a qual foi convidado sem proferir uma palavra".
Numa extensa nota a que deu o título de "Esclarecimento Público", o líder da concelhia volta a defender a legalidade e transparência do acto eleitoral interno, socorrendo-se, para isso, da afirmação do presidente da distrital, António Gameiro de que o processo é "do ponto de vista estatutário irrepreensível e politicamente correcto e transparente". Este dirigente local lembra que, anteriormente, já tinham existido dois actos eleitorais em que vigoraram as novas regras, pelo que os militantes já as conheciam. Para além disso, terá enviado por e-mail aos militantes os novos estatutos do partido.
Também rebate o argumento dos apoiantes de Paulo Varanda de que terão sido apanhados de surpresa pela sua candidatura e não tiveram tempo de pagar as quotas para terem direito de voto. É que, revela, em 11 de Maio, a pedido do presidente da Distrital, terá reunido com ele e com Paulo Varanda, em Lisboa, e logo nessa altura, "apresentei a minha disponibilidade e vontade" de avançar com a candidatura. Mais tarde, em 28 de Outubro,  na reunião da Comissão Política, "apresentei formalmente as razões da minha candidatura", tendo, na altura, visto na sala "muitos apoiantes da candidatura do Engº Paulo Varanda".
Recorde-se que as eleições internas realizaram-se no passado dia 11, tendo Pedro Ribeiro recolhido 147 votos, contra 6 de Paulo Varanda. No entanto, o actual presidente da Câmara diz não ter concorrido ao acto eleitoral, pelo que não entende porque razão o seu nome apareceu nos boletins de voto.

Portas fechadas

Sempre me fez confusão que se gaste rios de dinheiro nas iluminações natalícias nas zonas comerciais. Percebo que seja uma forma de tentar ajudar os comerciantes a vender mais qualquer coisita, pois, assim, consegue-se atrair mais gente para junto das lojas. O problema é que as luzes são ligadas - como é óbvio - à noite, altura em que, por norma, os comerciantes já fecharam as portas. E não estou a ver como é que com as lojas fechadas conseguem vender mais.

(Opinião, Jorge Eusébio)

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Filarmónica de parabéns




A Sociedade Filarmónica Cartaxense celebrou mais um ano de vida. No decorrer da festa, foram entregues certificados aos associados com uma ligação à colectividade de 25 e 50, actuaram alguns dos jovens que aí frequentam aulas e foi recordado o percurso de uma instituição que nasceu no longínquo ano de 1850, sendo a mais antiga colectividade do concelho.
Nessa já recuada época, sabe-se que foi desenvolvida uma intensa campanha no sentido de fazer despertar no espírito do povo cartaxense o interesse pela música, procurando-se, deste modo, atrair, principalmente, os jovens. Isso foi conseguido e, daí para cá, com maiores ou menores dificuldades, a Filarmónica nunca mais parou. Ao mesmo tempo, foi alargando o leque de actividades ao dispor da população. Nesta altura, segundo os seus dirigentes, a sede é frequentada por mais de mil pessoas, distribuídas, entre outras secções, pela Banda Juvenil, Campismo e Caravanismo, Grupo Coral, Ballet, Dança de Salão, Instrumentos de Cordas, Classe de Piano, Karaté, Natação, Aeróbica, Danças Sevilhanas e Grupo de Cavaquinhos.

Época boa para o aumento de impostos

Pronto, lá chegou a época mais irritante do ano. Aquela que, por artes mágicas, leva toda a gente a tornar-se bonzinho, solidário e a desejar tudo de bom a toda a gente. É a altura perfeita para o Governo aumentar ainda mais os impostos. Se o fizer, com sorte, ninguém dará por isso. E, se derem, também não há problema, pois a época natalícia convida à paz, à tolerância e ao perdão. Se deixar escapar esta oportunidade, o melhor que tem a fazer é esperar por uma vitória do Benfica em competições europeias. Com o país em festa, ninguém vai ligar a nada que o Governo faça.

(Opinião, Jorge Eusébio)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Desfile Ávinho (III)

No desfile da Ávinho, que se realiza em Aveiras de Cima, participam vários ranchos folclóricos das freguesias da Azambuja e ainda instituições e grupos informais que dão o seu contributo para dar a conhecer todo o ciclo do vinho.

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Filipe Lobo D'Ávila defende união de forças dos bombeiros

O secretário de Estado da Administração Interna, Filipe Lobo D'Ávila, visitou, na Sexta-feira, o quartel dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos, tendo sido colocado a par de dificuldades financeiras aí vividas, resultantes de gestões anteriores, segundo foi explicado pelo actual presidente da Associação. Aos poucos, acrescentou, as dívidas têm vindo a ser pagas, mas o dinheiro acaba por ser curto para as necessidades. Nomeadamente, para a aquisição de equipamentos de protecção individual que são apenas 10, quando o número de bombeiros ascende às quatro dezenas.
Na ocasião, o governante referiu que "há dificuldades um pouco por todo o país", mas que, dentro dos condicionalismos resultantes da situação em que o país se encontra, têm vindo a ser tomadas medidas para melhorar as condições dos bombeiros. Lembrou que "houve um reforço de verbas" para o efeito e destacou as "inovações muito relevantes" que foram introduzidas com a recente aprovação do Regime Jurídico dos Bombeiros. Um dos caminhos que o Governo quer seguir é o da articulação de diversas corporações, de forma a criarem-se sinergias, para responder de maneira "mais eficaz a riscos que não são apenas municipais".
Colocado perante a degradação do quartel local da GNR, disse conhecer a situação e que irá interceder de forma a realizar-se uma reunião entre a presidente da Câmara e o seu colega de Governo responsável por aquela força de segurança, para analisar e tentar resolver os problemas.

Forcados Jovens

Recordando uma das anteriores sessões de treino do grupo de forcados juvenil do Cartaxo.



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Treino de grupo de jovens forcados

O rabo virado para a lua

Moita Flores não tinha qualquer relação com Santarém. Foi eleito e deixou muitos milhões de dívida. Não tem qualquer relação com com Oeiras. Vai, muito provavelmente, ser eleito e já disse querer seguir o grande exemplo de Isaltino Morais. Sem ofensa, peço emprestada uma expressão popular para ilustrar este caso: há gente que nasce com o rabo virado para a lua. Independentemente das asneiras que faça ou diga, Moita Flores está condenado a ser um autarca popular e de sucesso.

(Opinião, Jorge Eusébio)

domingo, 16 de dezembro de 2012

Treino de grupo de jovens forcados

Continua a desenvolver-se o projecto de constituição de um grupo jovem de forcados, promovido pela Associação Gentes do Cartaxo. Este Sábado, após a realização do almoço-convívio de Natal da associação, teve lugar mais um treino na praça de touros.





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Forcados Jovens

Alminhas chocadas

Andam por aí umas alminhas chocadas com uma afirmação do big boss da Google, Eric Schmidt. No essencial, o homem disse o óbvio. Que é capitalista, que vivemos em pleno capitalismo e que meteu rios de dinheiro em off-shores para fugir ao pagamento de impostos. Algumas dessas alminhas chocadas têm poder, mas, obviamente, não lhes passa pela cabeça acabar com as off-shores. Elas estão lá, quem tem dinheiro a sério pode usá-las à vontade, não há problema nenhum. Mas, pelo amor de Deus, não venham gabar-se. Isso é que é chocante.

(Opinião, Jorge Eusébio)

sábado, 15 de dezembro de 2012

Roubo legal

Os bancos andam a cobrar uma taxa de 20 e tal euros aos seus clientes que se atrasem no pagamento das prestações. Mesmo que sejam inferiores a esse valor. Mais os juros por cada dia que passa. E se fazem isto é porque é legal. É tão bom poder roubar sem violar a lei!

(Opinião, Jorge Eusébio)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Processo das freguesias é "oportunidade perdida"

O deputado Vasco Cunha (eleito pelo distrito na lista do PSD) considera que se "perdeu uma oportunidade" de fazer uma verdadeira reorganização administrativa do território. Vasco Cunha votou favoravelmente, na generalidade, o projecto de lei de reorganização das freguesias apresentado pelo PSD e CDS, mas não se mostra entusiasmado com o que se conseguiu. Apesar do documento baixar agora à Comissão Parlamentar do Poder Local, para ser discutido na especialidade, manifesta, na sua declaração de voto, "o meu profundo cepticismo" em relação ao resultado deste processo, pois diz suspeitar que "vamos ficar aquém de uma verdadeira e significativa reforma". Para isso seria necessário juntar os três maiores partidos, o que não foi possível por o PS não se querer envolver no processo, apesar de, recorda, ter sido responsável pelo pedido de empréstimo à troika e respectivo memorando, no qual constava a obrigatoriedade de se avançar com a redução de municípios e freguesias.
Vasco Cunha assume que, independentemente desse aspecto, era importante fazer grandes mudanças a este nível. Isto porque, "há distritos que têm uma menor dimensão populacional do que alguns municípios" e freguesias que "são maiores que muitos municípios". Mas também havia que aproveitar a oportunidade para se aprovar "uma lei de atribuições e competências que possa aclarar e distinguir, em escalas e proporções diferentes, os seus desempenhos". Era, ainda, importante, na sua opinião, que se enquadrasse legalmente "as freguesias de natureza rural, nas suas especificidades e competências, que não são comparáveis a freguesias eminentemente urbanas e algumas delas mesmo de carácter metropolitano".
No final da sua declaração fez questão de deixar uma palavra de "homenagem" a João Mota, o presidente da freguesia da Ereira, a única liderada pelo PSD no concelho do Cartaxo e que, devido a esta lei, vai ser agregada à Lapa.


Mau tempo político

Hoje é dia de mau tempo. E ontem também. E na última semana. Aliás, desde há uns tempos a esta parte, se calhar, alguns anos, que o mau tempo não desaparece. Não estou a falar no mau tempo meteorológico, estou a referir-me ao mau tempo político. Em especial, no PS/Cartaxo. Cumpriu-se aquilo que era previsível há longo tempo, mas que, aparentemente, terá apanhado de surpresa alguns políticos que esperavam que, por obra e graça do Espírito Santo, e provavelmente também por influência da quadra natalícia, as duas facções desavindas, de repente, caíssem nos braços uma da outra. Não é assim que, na vida real, as coisas se processam.
No caso concreto, por várias razões, das quais destaco uma, é que há dois galos para um único poleiro. Paulo Varanda e Pedro Magalhães Ribeiro querem ambos ser presidentes de Câmara, mas o lugar é só um. E, quem segue minimamente a política local, facilmente chegaria à conclusão de que nenhum deles aceitava ser número dois do outro. Paulo Varanda, obviamente, não estaria disposto a sair do lugar de presidente para ir numa lista em posição secundária. E Pedro Magalhães Ribeiro já deu para o peditório de ser vice-presidente. Já passou por isso, não é algo que o estimule, até porque essa história acabou por não ter final feliz.


E, portanto, não sendo possível o entendimento entre as duas partes neste aspecto essencial, nem valia a pena andar a discutir arranjos nas listas nos lugares imediatos. De forma que, chegando-se à terça-feira passada, rebentou a trovoada. Paulo Varanda resolveu não ir às directas, o seu exército ficou em casa e Pedro Magalhães Ribeiro lá foi a votos sozinho.
A questão que se coloca é o que vai acontecer de seguida. Muito francamente, não sei. Parece-me que o cenário mais lógico seria Paulo Varanda cumprir o mandato até ao fim e depois avançar como independente, juntando na sua equipa gente do PS que lhe é fiel e pessoas ligadas a outras áreas políticas. Mas também pode demitir-se. Acho que se tivesse a certeza de que, com isso, haveria eleições logo de seguida, era o que faria. Mas elas teriam de ser intercalares e não faz nenhum sentido que haja eleições em Fevereiro ou Março e outra vez em Outubro. Caso optasse por sair, o governo haveria de nomear uma comissão administrativa, de gestão, ou algo do género para governar a autarquia até às eleições e Paulo Varanda chegaria a elas sem ser presidente, o que lhe roubaria a vantagem que tem mantendo-se no cargo.
Acho que a única pessoa que ainda poderá tentar evitar um confronto eleitoral autárquico envolvendo as duas facções é António José Seguro que, por esta altura, deve estar a ver se tira um coelho da cartola, de forma a conseguir pacificar o ambiente. Sinceramente, não estou a ver forma disso acontecer, mas pode ser que seja possível. Até porque convém ter sempre presente que, na política como no futebol, o que hoje é verdade, amanhã já pode ser mentira.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Desfile Ávinho (II)

Os visitantes da Ávinho podem comprar uma caneca, ao chegarem ao centro da vila e depois passar pelas muitas adegas que, nesses dias, estão abertas e ir provando, gratuitamente, o vinho que ali se faz.

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Desfile Ávinho (I)

Preocupado com a crise

Paulo Futre anda muito preocupado com a crise. De rosto sério e fechado, garante que a situação é mesmo muito complicada. Apesar disso, não recomenda a queda do 'governo' e a ida para eleições antecipadas, pois isso só agravaria ainda mais o problema. Mas, atenção, nada de confusões, ele estava a falar de coisas realmente importantes. Do Sporting, não do país.

(Opinião, Jorge Eusébio)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Paulo Varanda diz que acto eleitoral é nulo


Paulo Varanda continua a jogar ao ataque. Em comunicado hoje chegado às redacções, classifica como "fraudulento" o processo das directas no PS/Cartaxo e diz que o acto eleitoral é "nulo". Garante que manifestou previamente a sua indisponibilidade para participar nas directas por considerar que houve "manipulação do processo, numa prática que atropela o espírito democrático socialista que sempre presidiu aos actos internos do Partido". Paulo Varanda faz questão de voltar a colocar neste comunicado a frase mais 'forte' e polémica usada no anterior, a de que este um acto de votação "é por muitos considerado uma fraude que resulta de esquemas mafiosos assentes em sindicatos de voto, e que conduzirá a um resultado que é conhecido por antecipação.”
E, continuando a 'jogar ao ataque', diz lamentar que a representação PS/Cartaxo "esteja a cargo de uma estrutura capaz de todo o tipo de esquemas e expedientes para legitimar um candidato que apenas persegue objectivos pessoais". Termina, solicitando, mais uma vez, a intervenção das estruturas distritais e nacionais do PS.
Naturalmente que uma visão totalmente diferente do processo tem Pedro Magalhães Ribeiro, que, em entrevista à Rádio Cartaxo, garantiu que "o processo foi conduzido do ponto de vista estatutário, de forma irrepreensível e, do ponto de vista político, de forma correcta e transparente". A mesma opinião manifesta a presidente da Mesa, Maria Manuel Simão, a quem coube a tarefa de conduzir as eleições. Na sua opinião, "todo o processo decorreu dentro da máxima legalidade, o regulamento foi seguido e, a meu ver, está tudo correcto". Questionada sobre o facto do nome de Paulo Varanda ter constado dos boletins de voto, apesar de ter dito que não ia a directas, explica que isso aconteceu porque "não tive informação oficial" da sua desistência.
Também Pedro Magalhães Ribeiro afirma só ter tido conhecimento da desistência pela comunicação social e qualifica-a como "incompreensível". Como, aliás, muitas das atitudes tomadas por Paulo Varanda ao longo do processo. Recorda que o presidente da Câmara cai em contradição ao dizer que "jamais seria candidato às directas", enquanto que, "em simultâneo, reivindica mais tempo para que os militantes pudessem votar na sua candidatura em eleições directas". Também não percebe porque é que Paulo Varanda "esteve à espera das urnas abrirem para dizer que não era candidato" se considerava o processo uma fraude. 
Relativamente ao resultado eleitoral, manifesta "satisfação" por ter sido escolhido e diz ser "motivo de orgulho e uma honra ter conseguido granjear tantos votos". Isso deixa-o "motivado e bastante estimulado para, em conjunto com uma vasta equipa de pessoas, procurar aquilo que são as melhores soluções para o nosso concelho". 
Recorde-se que participaram no acto eleitoral que tinha como objectivo escolher o candidato do PS/Cartaxo às próximas eleições autárquicas 155 militantes, tendo 147 votado em Pedro Magalhães Ribeiro, 6 em Paulo Varanda e 2 colocaram o voto na urna em branco. 

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