sexta-feira, 19 de abril de 2013

Mais um a ir a jogo


Começa a ficar desenhado o quadro de candidatos à presidência da Câmara do Cartaxo. Depois de Pedro Ribeiro, pelo PS e do actual presidente da Câmara, Paulo Varanda, na qualidade de independente, já se terem feito à estrada, o PSD anunciou que o seu candidato é Vasco Cunha. Na próxima Quinta-feira será a vez da CDU assumir que continuará a apostar em Mário Júlio que, ao que tudo indica, terá voltado atrás na decisão de ficar de fora da corrida. Pelo meio, ficou a surpreendente decisão dos actuais deputados municipais do Bloco de Esquerda de não irem a votos, faltando apenas saber se este partido avança com outra pessoa ou se, pura e simplesmente, não vai a jogo. Finalmente, para que o quadro fique completo, há que saber se o CDS resolve ou não apresentar um candidato.

Mas voltando ao princípio, o mais recente desenvolvimento deste processo foi a divulgação de que o PSD aposta em Vasco Cunha. À primeira vista, e olhando de fora, não seria a decisão mais esperada. É claro que se trata do elemento do PSD que tem maior capacidade e experiência política. Mas, nesta área, não são só as qualidades pessoais e capacidades políticas que resolvem tudo, o timing é também muito importante. Basta que nos recordemos que, por exemplo, Mário Soares, em 1991, foi reeleito presidente da República com 70% dos votos e em 2005 nem sequer chegou aos 15%.
Nesta altura parecia mais lógico que o PSD/Cartaxo apostasse num independente e não num militante, que ainda por cima é deputado e, por isso, poderá ser, digamos assim, contaminado pela impopularidade do Governo. Mas, obviamente, que esta situação terá sido devidamente analisada e a estratégia deverá ser a de centrar o debate eleitoral nas questões locais, lembrando que o que está em causa é a eleição de autarcas e não de deputados ou ministros.

Para já, Vasco Cunha começa bem ao evitar um dos principais perigos com que a sua candidatura se poderia deparar, que seria deixar de lado o anterior candidato do PSD, o independente Paulo Neves, que poderia vir a apoiar outro candidato. Vasco Cunha resolveu bem a situação, ao conseguir que o comunicado em que o PSD dava conta da sua escolha fosse assinado não só pelo presidente da concelhia, mas também pelo próprio Paulo Neves.
Com esta situação resolvida, resta-lhe agora esperar que a impopularidade do Governo não roube votos ao PSD e jogar na divisão que se vive na área socialista para tentar conseguir ser eleito presidente da Câmara. Nas últimas eleições, o PS teve 5383 votos e o PSD 3309. Se o eleitorado socialista se dividir ao meio, ou mesmo na proporção 60/40, entre Pedro Ribeiro e Paulo Varanda, Vasco Cunha tem fortes hipóteses de atingir o seu objectivo. Aliás, acho que os três têm possibilidades. Se o desafio eleitoral fosse colocado no totobola eu cá não arriscava: jogava na tripla, porque todas as outras hipóteses são demasiado arriscadas.
 (Opinião, Jorge Eusébio)

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