sábado, 9 de março de 2013

Uma campanha dura e agressiva


Paulo Varanda é o segundo a apresentar (este Domingo) publicamente a sua candidatura à presidência da Câmara do Cartaxo, depois de Pedro Ribeiro já ter feito o mesmo. O arranque do candidato socialista correu bem, teve muita gente a apoiá-lo, o que faz aumentar a pressão sobre os outros, a começar por Paulo Varanda. A curto prazo, também o PSD deve decidir quem quer que o represente nas eleições e a CDU e o Bloco não deverão tardar muito mais a dizerem quem são os seus candidatos. A partir daí faltará apenas saber se o CDS vai igualmente jogar neste campeonato ou se prefere não avançar com uma candidatura à presidência da autarquia. Uma coisa é certa, apesar da Câmara do Cartaxo estar numa situação económica e financeira muito complicada, candidatos não irão faltar.

Em face dessa realidade há quem diga que é louco ou muito corajoso quem quer ser presidente da autarquia. Não comungo dessa opinião. É certo que não vai haver dinheiro para fazer quase nada nos anos mais próximos, mas a verdade é que toda a gente sabe disso e não vai exigir nada ao próximo que se sentar no cadeirão presidencial. Terá, portanto, aí uns dois anos tranquilos, sem as associações ou juntas a pedirem dinheiro e com a população sem reivindicar obra, pois sabe que não há meios financeiros para isso. Como é dos livros, se o futuro presidente for outro que não Paulo Varanda, não vai perder a oportunidade de dramatizar, garantindo que as coisas ainda estão piores do que se pensava e atirar a responsabilidade para cima dos seus antecessores.

E assim irá passar-se, de forma relativamente tranquila, a primeira metade do mandato. Basta ter algum cuidado com os espaços públicos e ir tapando os buracos maiores nas ruas e caminhos para as pessoas ficarem com a ideia de que se está a fazer o que é possível. Ao mesmo tempo, há que ir cuidando da imagem, ir aparecendo em todas as festas e eventos públicos, em contacto com o povo, pois, não tenhamos ilusões, a campanha eleitoral seguinte tem início a partir do momento em que os resultados destas eleições ficam contados. Na segunda metade do próximo mandato, muito mal estaremos todos nós se a situação do país não for bem melhor do que é actualmente. E, portanto, já deverá ser possível arranjar algum dinheiro para se ir fazendo uma obra ou outra, uma oportunidade que não deverá ser desperdiçada. 

Se este guião for seguido, de certeza que quem ganhar estas eleições no Cartaxo, chegará às próximas com possibilidades muito fortes de também as limpar e com relativa facilidade.
Mas isto são divagações. Para já, a realidade é que vamos ter por aí a campanha mais dura e agressiva de há muitos anos a esta parte no Cartaxo. E espera-se que seja dura e agressiva apenas no domínio da retórica política. 

(Opinião, Jorge Eusébio)

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