sexta-feira, 1 de março de 2013

O fim da 'coligação' no Cartaxo

A reunião desta Quinta-feira da Assembleia Municipal do Cartaxo teve duas consequências essenciais. Desde logo, a aprovação do novo tarifário das águas, que havia sido chumbado em sessão anterior. Foi uma aprovação tirada a ferros, que contou com vários episódios, entre os quais a apresentação de um comunicado e de uma moção da direcção do Partido Socialista, na prática, a censurar uma decisão da maioria por si eleita na Câmara. Também foi notada a ausência na discussão e votação deste ponto de alguns eleitos do PS, nomeadamente dos presidentes das juntas de freguesia de Pontével e Vila Chã de Ourique, que, provavelmente, não terão querido envolver-se nesta guerra.

Essas ausências levaram a que fosse essencial para a aprovação do novo tarifário a abstenção de um elemento do PSD, o presidente da Junta de Freguesia da Ereira, o que muito irritou os eleitos do Bloco de Esquerda, que fazem da oposição à concessão das águas e a quem a apoia uma das suas bandeiras principais.
E daqui resultou a outra consequência essencial desta sessão: o rompimento da espécie de coligação ou de pacto de não agressão que sempre pareceu ter existido entre os diversos partidos da oposição, sobretudo, entre o PSD e o Bloco de Esquerda. Julgo que para aí em 90 por cento dos casos os eleitos dos partidos da oposição terão votado em sintonia. E, mesmo quando não o fizeram e era visível que tinham opiniões diferentes sobre a matéria em causa, nunca se ouviram críticas fortes entre eles.

Ontem, a discussão acabou por ser feia, o que indicia que o relacionamento entre estes dois partidos nunca mais voltará a ser o que era. Até porque, se até agora o seu adversário político nº1 era o presidente da Câmara, parece que isso continua a ser verdade para o Bloco de Esquerda mas não para o PSD que já virou a agulha para o ataque a Pedro Ribeiro, o presidente e candidato do Partido Socialista à presidência da Câmara.
Curiosamente, e pelo menos para já, Pedro Ribeiro e o grupo que o apoia elege como principal alvo, não o PSD nem qualquer outro partido da oposição, mas sim Paulo Varanda, o homem que eleito na lista do PS, está à frente da Câmara. Enfim, está confusa a política cartaxeira.

(Opinião, Jorge Eusébio)

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