sábado, 2 de março de 2013

Mapa Judiciário rouba quase todas as competências ao Tribunal do Cartaxo

Depois de, ainda recentemente, ter sido alvo de um investimento de mais de 2,6 milhões de euros, o Tribunal do Cartaxo pode ser praticamente desactivado, se avançar o mapa judiciário previsto pelo Governo. O alerta foi feito pelo advogado Carlos Florentino, no decorrer de um debate promovido, esta Sexta-feira, pelo CDS do Cartaxo. Actualmente, o tribunal conta com 5 juízes, outros tantos magistrados e 30 funcionários. Com a implementação do mapa judiciário passará a ter apenas um juiz, 2 ou 3 magistrados e 7 funcionários. Mais grave do que isso, os cartaxeiros que tenham de recorrer à justiça para resolver problemas relacionados com dívidas, vão ter de se deslocar a Tomar. Para outro tipo de assuntos, passarão a ir ao Tribunal de Santarém e, ainda, para outros, ao do Entroncamento.
O mesmo deverá acontecer com o Tribunal de Abrantes, que também perde boa parte das suas valências, disse o seu colega António Velez, que classificou este projecto como "uma perfeita enormidade". Ambos concordam que não é desta forma que se resolvem os problemas da justiça, nomeadamente, ao nível da celeridade. E são os cidadãos que mais perdem, pois têm de fazer longas viagens e gastar nelas muito mais tempo e dinheiro.
Outro dos intervenientes foi o antigo bastonário da Ordem dos Advogados Rogério Alves, que manifestou uma concordância de princípio com a ideia que está subjacente a esta reforma, mas não com a proposta concreta. Na sua opinião, antes de se dar este passo, deviam ser feitas alterações a outro nível. Qualificou, por exemplo, a lei processual que temos como "ridícula" e disse haver demasiada obrigatoriedade de deslocações das pessoas aos tribunais, muitas vezes apenas para dizerem que não sabem nada do assunto que está a ser julgado.

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