segunda-feira, 16 de junho de 2014

Quero é ir-me embora

Correu-me bem a entrevista na rádio. Sabia que o jornalista é algo impertinente e que iria tentar tramar-me com perguntas difíceis. Mas levava a lição bem preparada e independentemente do que ele perguntasse, a resposta era basicamente a mesma: a culpa é do meu antecessor. 

Ele acabou a entrevista meio chateado. No final, em off, desabafou que eu já parecia um comunista, sempre a debitar a mesma cassete.

Mas quero que ele se lixe. A minha estratégia ao longo de, pelo menos, a primeira metade do mandato vai ser esta: tudo o que de mal acontece na Câmara e no Município é resultado das asneiras do anterior presidente da Câmara e da sua equipa. Em especial, a desgraçada situação financeira que é bem pior do que imaginava, não me canso de gritar. 

O que até é (mais ou menos) verdade. Mas mesmo que não fosse já estava decidido desde o principio que esta era a estratégia que iríamos seguir. É que assim baixamos as expectativas, a população não nos vai exigir obras e as juntas e as colectividades não nos vão andar a bater a porta todos os dias a pedir dinheiro. A este nível, vai ser uma tranquilidade durante os primeiros 2/3 anos.

Depois  tapamos uns buracos nas ruas, limpamos os espaços públicos, abrimos um bocadinho os cordões à bolsa, inauguramos três ou quatro obras e ganhamos as próximas eleições com maioria absoluta.

Embora, espero eu, na altura, já com outro candidato a presidente, que quero é ir-me embora para o Parlamento Europeu.

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