sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Processo das freguesias é "oportunidade perdida"

O deputado Vasco Cunha (eleito pelo distrito na lista do PSD) considera que se "perdeu uma oportunidade" de fazer uma verdadeira reorganização administrativa do território. Vasco Cunha votou favoravelmente, na generalidade, o projecto de lei de reorganização das freguesias apresentado pelo PSD e CDS, mas não se mostra entusiasmado com o que se conseguiu. Apesar do documento baixar agora à Comissão Parlamentar do Poder Local, para ser discutido na especialidade, manifesta, na sua declaração de voto, "o meu profundo cepticismo" em relação ao resultado deste processo, pois diz suspeitar que "vamos ficar aquém de uma verdadeira e significativa reforma". Para isso seria necessário juntar os três maiores partidos, o que não foi possível por o PS não se querer envolver no processo, apesar de, recorda, ter sido responsável pelo pedido de empréstimo à troika e respectivo memorando, no qual constava a obrigatoriedade de se avançar com a redução de municípios e freguesias.
Vasco Cunha assume que, independentemente desse aspecto, era importante fazer grandes mudanças a este nível. Isto porque, "há distritos que têm uma menor dimensão populacional do que alguns municípios" e freguesias que "são maiores que muitos municípios". Mas também havia que aproveitar a oportunidade para se aprovar "uma lei de atribuições e competências que possa aclarar e distinguir, em escalas e proporções diferentes, os seus desempenhos". Era, ainda, importante, na sua opinião, que se enquadrasse legalmente "as freguesias de natureza rural, nas suas especificidades e competências, que não são comparáveis a freguesias eminentemente urbanas e algumas delas mesmo de carácter metropolitano".
No final da sua declaração fez questão de deixar uma palavra de "homenagem" a João Mota, o presidente da freguesia da Ereira, a única liderada pelo PSD no concelho do Cartaxo e que, devido a esta lei, vai ser agregada à Lapa.


1 comentário:

  1. Vasco Cunha, (suponho que dr. Vasco Cunha),tal como uns tantos outros deputados (obrigatoriamente votantes em leis absurdas), acabou por reconhecer que se sofre muito para se ser sério. E o pior de tudo, é que esse suposto sofrimento só serve, na maior parte das vezes, para fazer sofrer o povo. Povo, também ele apanhado (sem surpresas, digo eu) nas malhas que os políticos tecem e lançam no propósito de os manietar e, ao mesmo tempo, salvaguardar as suas (deles políticos)fontes de rendimento e poupanças para uma LUXUOSA REFORMA que não tarda.
    Todos sabemos que é uma ideia generalizada na mente dos portugueses, aquela de que um deputado só está ali para levar a cabo duas funções: uma, é para agradar ao "chefe", mesmo que isso implique tomadas de posição contrárias aos seus princípios ou mesmo contra a moral pública, uma outra será para "lixar" o Zé Povinho, sempre que esse facto garanta àqueles, acentuada melhoria nos proventos. Sim, o mesmo Zé que neles votou e, tal como eu, também se enganou... Agora no que toca à famigerada "Junção de Freguesias", estou em crer que a barafunda instalada, e o desrespeito pelas populações são tão evidentes, que melhor fora que esse COELHO nunca tivesse saído da cartola.
    Não conheço o sr. deputado Vasco Cunha, mas, pelo que expressa e como se expressa, até me dá a impressão de que se trata de uma pessoa sensata e com sentido da realidade, só que, também ele, prisioneiro de um feudal sistema que, para mal dos nossos pecados e para bem dos deputados, se instalou no Parlamento. Terá ele, dr. Vasco Cunha, que dizer AMÉM a tudo o que a sua bancada ordene. Por isso eu disse, que o senhor deputado deve ter pensado lá para com os seus botões que, de verdade, se sofre muito para se ser sério.
    E como já dizia o outro... "É a vida!"

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