segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Era só o que faltava

Os bancos portugueses são um modelo de boa gestão. Ouço dizer. À conta do dinheiro e do tempo dos seus clientes, que é para isso que eles servem. Nas agências, mesmo nas que têm grande movimento, é quase impossível depararmo-nos com mais do que uma caixa aberta. Há que poupar no salário dos funcionários, de forma a criar valor para os accionistas. Os camelos dos clientes que esperem o tempo que for preciso para serem atendidos. Aliás, por esta altura, a maior parte deles devem estar desempregados, de forma que não têm grande coisa para fazer noutro lado. E que esperem de pé, pois fica caro decorar o espaço com mais do que uma ou duas cadeiras. Enfim, não é, essencialmente, uma questão de sair caro, é mais de não os habituar mal. Se vêm por ali muitas cadeiras, às tantas, começam com exigências, querem também um café bem tirado, enquanto esperam, e mais não sei o quê, e não pode ser. No limite, ainda acabavam por reclamar coisas impossíveis, com um bom e honesto serviço bancário. Era só o que faltava.

(Opinião, Jorge Eusébio)


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