quinta-feira, 23 de maio de 2013

Os bares da Praça 15 de Dezembro

Texto da concelhia da CDU/Cartaxo, publicado nesta edição do POVO DO CARTAXO, jornal que pode assinar aqui.

Este poderá ser considerado um tema menor no âmbito do debate político que se deve avizinhar.
Porém, como não nos haveremos de preocupar com o futuro de algumas centenas de milhares de euros que custou a chamada «regeneração urbana do jardim central»?
Tanto quanto já nos foi informado, os espaços a que nos referimos já foram alvo de diversos concursos e também, tanto quanto parece por declarações do atual presidente da Câmara, nunca aos concursos se apresentaram interessados suficientemente credíveis para que os bares fossem devidamente adjudicados.
A referência dupla ao «tanto quanto parece» surge por se tratar apenas da verdade, isto é, os concursos são abertos e processados pela atual empresa municipal RUMO 2020 sem que o executivo, leia-se, os vereadores sem pelouros, tenham conhecimento de nada, apesar de ser estatutário que a Câmara constitui o «conselho de administração» da RUMO 2020.
Voltemos aos bares do jardim… ouvimos os donos dos cafés e restaurantes queixar-se que têm problemas em manter as portas abertas e alguns têm mesmo fechado, infelizmente para todos nós, não sabemos se estes espaços serão assim tão atrativos que levem àqueles bares um número de clientes que permita a sua viabilidade.
Não interessa construir equipamentos e depois deixá-los a degradarem-se: são precisas pessoas que os dinamizem, que realizem eventos, espetáculos que contribuam para humanizar os equipamentos.
Caso contrário correm o risco de se transformarem em elefantes brancos.
Vivemos um período onde a tentação foi mostrar muito betão, ferro, muita construção, mas o que interessa são as pessoas, não adianta estar a construir grandes equipamentos se depois as pessoas não aparecem, não usufruem deles. Fazemos um paralelismo entre o que se passa no Jardim Central e na Quinta das Pratas. No Jardim Central, há uma dúzia de pessoas, na sua maioria idosos que convivem, jogam às cartas e pouco mais do que isso. Na Quinta das Pratas há centenas de pessoas que regularmente ali vão e que usufruem daquele espaço e dos seus equipamentos. E isto acontece porquê? Porque lá estão pessoas a trabalhar, a dinamizar o espaço e a atrair os cidadãos, o que não acontece no Jardim Central.
A união dos jardins transformou-se num grande relvado onde os bares pontilham como a velha obra de Santa Engrácia.
Em todo o caso, os espaços estão construídos (inacabados, mas construídos) e deixá-los assim não se torna benefício para ninguém. Que tal chamar as Associações que não têm sede e propor-lhes o benefício da ocupação destes espaços exigindo a contrapartida da realização de atividades regulares no espaço envolvente?
Resolviam-se dois problemas…

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