domingo, 19 de maio de 2013

A bola está do lado dos partidos de esquerda

O cheiro não engana: o preço de validade deste governo há muito que expirou. Mas, se depender de Cavaco Silva vai continuar por aí a apodrecer. Não por uma questão de solidariedade partidária, mas porque o presidente não quer ficar com a batata quente nas mãos. E, analisando as sondagens, julgo estar convencido que isso aconteceria. Em caso de eleições antecipadas, o mais provável seria o PS ganhar mas sem maioria absoluta. Poderia até acontecer que PSD e CDS ficassem com mais deputados do que os socialistas. E aí seria Cavaco que teria de aguentar o barco e tentar encontrar uma solução. Essa perspectiva deve aterrorizá-lo, de forma que para evitar que se concretize, prefere manter em funções um governo que todos os dias enterra o país mais um bocadinho.
Parece-me que está na altura dos partidos à esquerda do PS se assumirem. De mostrarem que estão à altura das responsabilidades e das circunstâncias. Que servem para mais qualquer coisa do que para fazerem oposição pura e dura a qualquer governo. Se PCP e Bloco viessem dizer, que para acabar com esta morte lenta do país, estão dispostos a dialogar a sério com o PS, de forma a encontrar uma solução pós-eleitoral, tudo mudaria.
Sabendo que o menino não lhe ficaria nos braços, para espanto de muitos e bem mais cedo do que imagina, Cavaco iria mostrar a porta de saída a Passos, Gaspar, Portas e companhia.
(Opinião, Jorge Eusébio)

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