sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Dias de poder do PS no Cartaxo estão a chegar ao fim?

A situação interna do PS/Cartaxo parece uma novela que nunca mais tem fim. Nem Paulo Varanda, nem Pedro Magalhães Ribeiro atiram a toalha ao chão, ambos mantêm a ambição de virem a ser candidatos à presidência da Câmara do Cartaxo e acusam-se um ao outro de terem faltado à verdade ou à palavra dada.

Vão ser uns meses lindos daqui até às eleições de Outubro. Quem tem interesse em estudar as técnicas que os políticos usam para tentar chegar ao poder, deve mudar-se para o Cartaxo, pois todas essas técnicas e mais algumas vão ser utilizadas por cá.

Devido a essas guerras internas será que os dias do PS à frente da autarquia estão a chegar ao fim? Se olharmos para os números dos últimos actos eleitorias, em especial para o de 2009, para a evolução política e, sobretudo, económica que se deu daí para cá, podemos concluir que há essa forte possibilidade. Sobretudo, se acabarem por surgir duas candidaturas na área socialista.

O PS teve, em 2009, 5382 votos contra 3309 do PSD. Portanto, caso uma das candidaturas da área socialista tenha para aí uns 1500/2000 votos, o PS entra na linha vermelha que separa o poder da oposição. Mas, como se costuma dizer, uma equipa joga o que a outra deixa jogar. O resultado final dependerá, obviamente, da estratégia e do candidato do principal partido da oposição, o PSD, que, sobre esta questão, tem andado muito calado e não se sabe quando tomará uma decisão relativamente à candidatura.

Compreende-se que o partido laranja faça uma gestão muito pensada desta matéria, que procure não dar tiros nos pés, pois pode estar perante uma oportunidade única de conquistar o poder. O PSD tem sobretudo o problema que lhe é colocado pela situação nacional. Apesar da gestão socialista no concelho, ao longo dos anos, ter sido péssima, a verdade é que a maior parte dos problemas que os cartaxeiros enfrentam resultam da situação nacional e se quem está no poder é o PSD é natural que os seus candidatos autárquicos apanhem pancada por tabela.

Daí que seja muito sensível e importante a escolha do candidato à presidência da Câmara. Se for algum militante muito conotado com o aparelho, com Passos Coelho e Miguel Relvas, obviamente que terá maiores dificuldades em afirmar-se. Em vez de passar toda a campanha a atacar a gestão socialista no concelho, será obrigado a gastar boa parte do tempo a justificar a actuação do Governo, o que, convenhamos, não é uma tarefa muito fácil nem garante um número significativo de votos. Voltar a apostar num candidato independente, como fez há 3 anos, eliminaria este problema. O escolhido teria margem de manobra para dizer que estava a defender o partido no Cartaxo e não no país e até que não concordava com muitas das medidas do Governo e arrumava o assunto, passando, então, a focar-se nas questões locais.

Enfim, vamos ver qual a opção que o PSD scolherá. Mas a maior incógnita destas eleições é saber quantas pessoas ainda farão questão de se deslocar às mesas de voto. Ultimamente, os políticos, que a nível nacional, quer local, não lhes têm dado muitas razões para se disporem a isso.
 
(Opinião, Jorge Eusébio)

1 comentário:

  1. Fossem as funções de autarca desempenhadas a título gratuito, e o número de interessados em apresentar candidaturas e fomentar guerrilhas que lhe estão implícitas, desceria substancialmente. É verdade que os tempos são outros e, na política, tal como em muitas outras áreas, o amadorismo deu lugar ao profissionalismo, mas muito eu gostava de ter maneira de fazer um teste teórico - já se vê - tipo faz de conta, de maneira a descortinar um só candidato que fosse, a fomentar atritos pessoais com o intuito de desempenhar o cargo de modo precário; em espírito de missão.
    Mas atenção, se os missionários fossem do tipo tendencial para enveredar pela senda da cleptomania, de coçar para dentro, como o macaco, então mais vale que sejam remunerados, bem remunerados, de acordo com as suas habilitações e competências e idoneidade.
    Olhem o que dizia o outro: "Dividir para governar". No caso vertente, seria pior a emenda que o soneto!

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