quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Uns chatos porreiros

Os portugueses são fatalistas, chatos, invejosos e inconvenientes. Os seus fracassos são culpa do governo, dos banqueiros, da troika, da chuva, da seca, do destino.
Português que se preze chega com meia-hora de atraso, mete cunhas para conseguir emprego para o filho e detesta ver o vizinho com um carro ou, mesmo, com uma roupinha melhor do que a sua.
Português que é português mesmo a sério tem montanhas de defeitos. Mas, convenhamos, também algumas qualidades. Em face da desgraça, português que é português mostra a sua face solidária e generosa e arregaça as mangas para ajudar. Como aconteceu, recentemente, em Silves. Cerca de mil pessoas recusaram-se a ficar em casa à espera do governo, da protecção civil, da câmara ou das companhias seguradoras. Saíram do conforto dos seus lares e foram limpar os estragos provocados pelo tornado. Sem esperar nada em troca por esse trabalho, imagine-se.
Ultimamente, há muitas altura em que sinto raiva e desalento por ter nascido português. Agora, isso passou-me.

(Opinião, Jorge Eusébio)

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