O Rancho
Folclórico da Freguesia da Lapa mostrou como se procedia, antigamente, à
matança de porco.
A iniciativa
teve como objectivo recordar uma tradição que, segundo o seu presidente, Luís
Paulo, tem vindo a perder-se. Até há alguns algum tempo atrás, uma vez por ano, todas
as famílias da zona “matavam o seu porquinho”. Uma parte da carne era
convertida em presunto, outra servia para fazer enchidos e a restante ia para a
salgadeira, pois frigoríficos eram luxos que ninguém tinha e só envolta em sal
é que se conseguia conservar a carne em boas condições. A família ia-se alimentando
dela até o próximo porco estar pronto para a matança e o processo se repetir.
Tudo, no animal, era aproveitado: carne magra, carne gorda, miudezas, tripas,
tudo. Agora, lamenta Luís Paulo, “a malta está mais fidalga, só quer os lombos,
tem medo do colestrol”. O presidente da freguesia da Lapa, Rogério Santos,
ainda se lembra como as coisas se processavam. No primeiro dia, matava-se o
porco, que ficava a enxugar e, no final, havia uma leva refeição. No dia
seguinte, família e amigos voltavam e desmanchavam, então, o animal e,
naturalmente, comia-se mais qualquer coisa. Uma semana depois, acrescenta Luís
Paulo, “fazia-se os enchidos e a refeição era composta, exactamente, de uma
parte dos enchidos frescos, para se provar e do bucho, era outro convívio”.



(Reportagem, O Povo do Cartaxo, 16 Novembro 2012)
Sem comentários:
Enviar um comentário