domingo, 18 de novembro de 2012

Um partido, dois candidatos?



Parece mais do que evidente que as duas facções existentes no PS/Cartaxo não se vão entender até às eleições autárquicas. Quem presta atenção ao que aconteceu nas eleições internas, ao que é escrito nas redes sociais, ao que dizem protagonistas das duas partes e às posições que a concelhia (não) toma sobre a actividade autárquica chega à conclusão que fumar o cachimbo da paz está fora de questão. Mesmo que haja indicações a partir da distrital ou dos órgãos nacionais para se entenderem, não me parece que o vão fazer. Pelo contrário, tenho a ideia de que se prepara uma guerra sem quartel, que terá o seu expoente máximo na escolha do candidato do PS às autárquicas.
Conforme está definido nas regras internas, a escolha terá de passar por uma consulta aos militantes e a facção de Pedro Ribeiro vai agarrar-se a isso com unhas e dentes. Como venceu a luta pela concelhia, parte do princípio que tem mais apoiantes entre os militantes e assim conseguirá impor o seu candidato.
Do lado contrário, é óbvio que ninguém aceita que o candidato seja outro senão o actual presidente da Câmara, Paulo Varanda. Alegarão perante os órgãos nacionais e distritais que não faz sentido e não é habitual que um presidente, podendo e querendo concorrer, não se recandidate e que isso iria enfraquecer o partido perante os eleitores. Quanto muito, admitirão que a outra facção indique alguns nomes para a lista, não negociando, contudo, o primeiro lugar.
Os elementos da facção que perder esta luta, duvido muito que votem no candidato do partido, é até mais provável, na minha opinião, que avancem com uma lista ‘independente’. E, se isso acontecer, está aberto o caminho para o PS perder, finalmente, a Câmara do Cartaxo. Isto, apesar de quem representar o PSD ter uma tarefa complicadíssima, uma vez que será visto como a imagem local de Passos Coelho e da sua equipa, que não soube governar o país e nos conduziu, com convicção suicida, para o abismo.
Mas quem poderá ser o candidato do PSD? Nos meios políticos são vários os nomes que têm surgido, mas julgo que ainda ninguém está escolhido. No entanto, tendo em conta a marcação cerrada e o ataque feito pela bancada socialista na Assembleia Municipal a Vasco Cunha, pelo menos, a facção apoiante de Paulo Varanda estará convencida que o mais provável é que seja ele o candidato ‘laranja’.

Versão em vídeo:
(Opinião, O Povo do Cartaxo, 26 Outubro 2012)

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