sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Dois galos para um poleiro

Conforme se esperava e eu próprio já tinha antecipado, está a guerra armada no interior do Partido Socialista do Cartaxo. Usando uma expressão popular, há dois galos para um poleiro, no caso, dois interessados em sentar-se no cadeirão de presidente da Câmara, pelos vistos, um lugar muito confortável, e em função disso, a luta vai ser dura e um deles vai sair desta história muito combalido, em termos políticos, claro.
Nesta altura, do lado da facção de Paulo Varanda, já se veio para a rua disparar a artilharia pesada. Diz-se que o outro candidato, Pedro Ribeiro, está a usar o cargo de presidente da concelhia para se beneficiar a si próprio, que está a ser levada a cabo uma tentativa de assassinato político do actual presidente da Câmara e outras coisas do género.
Esta situação vem confirmar que é no interior dos próprios partidos, neste caso concreto, do PS, que se criam os maiores adversários e inimigos políticos. É por aqui que começam e se desenvolvem ou não as carreiras políticas. Para alguém conseguir chegar longe na política, primeiro tem de eliminar a concorrência interna, de forma a conquistar um lugar, por exemplo, na lista da Junta. Às vezes, é ridículo ver o que certas pessoas fazem para tentar chegar a um lugar que, aparentemente, não tem importância nenhuma. Mas é a partir desse lugar que conseguem algum poder, influência e aliados para depois irem na lista da Câmara, depois, eventualmente, a deputado e por aí fora. Se a nível interno do partido e do concelho, não se consegue dar o primeiro passo, subir o primeiro degrau, nunca na vida se vai ter hipótese de construir uma carreira política. E quem o consegue, deixa, seguramente, para trás um rasto de cadáveres políticos, ou seja, de rivais que venceu e que nunca na vida lhe vão perdoar a desfeita.
A política partidária é uma guerra. E como todas as guerras, é suja, destrói vidas e constrói mitos e vencedores. Não é um jogo para gente fraca e sensível.
Ah, e já agora, antes de terminar, não sei se repararam que o Governo acabou com os subsídios de férias e de Natal. É claro que não foi isso que foi dito por Passos Coelho, mas é o que vai acontecer. E, provavelmente, também vai voltar a acontecer que, daqui a uns anos, só os meninos ricos é que poderão  frequentar a escola secundária. Manter lá os pobres vai ser um luxo a que o país não se pode dar. Estamos a voltar à idade das trevas.
(Opinião, Jorge Eusébio)

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