domingo, 8 de março de 2015

Cavaco perdeu mais uma boa oportunidade para estar calado

O presidente da República teve cerca de uma semana para pensar no caso que envolve Passos Coelho. Depois de muito reflectir e de, suponho, ter ouvido os muitos assessores que tem lá pelo palácio, saiu à rua e reduziu tudo a manobras pré-eleitorais. 

Com isto, obviamente, afrontou a oposição e colocou-se ao lado da coligação governamental e, em especial, do 1º ministro. A um presidente da República, acho eu, competia outro tipo de atitude mais equilibrada e institucional.

Mas, mais importante do que isso, é vir, na prática, desvalorizar a importância dos cidadãos cumprirem a tempo e horas as obrigações que têm perante o fisco e a Segurança Social. Pelo menos, quando isso se reporta ao cidadão Pedro Passos Coelho.
É que há por aí muitos outros cidadãos que correm o risco de ir parar à cadeia por faltas exactamente iguais às do 1º ministro. E de nada lhes adianta dizer que não sabiam, não tinham dinheiro ou que se esqueceram. Isto porque o Governo de Passos Coelho decidiu que a falta de pagamentos à Segurança Social de verbas superiores a 3500 euros passa a poder ser penalizada com prisão. Imagino que a medida tenha sido tomada porque Passos Coelho e o seu governo entendeu que se trata de uma falta extraordinariamente grave...

Enfim, e depois ainda há quem se queixe que Cavaco Silva fala pouco. Para ter intervenções deste género, por mim pode passar o resto do mandato calado. Até porque está longe de ser raro que ele dê autênticos tiros nos pés.
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(Opinião, Jorge Eusébio)

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