terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Teve azar, chegou tarde

Em Portugal, temos má vontade em relação aos banqueiros. Como se sabe, são gente trabalhadora, que se sacrifica todos os dias para criar riqueza para a comunidade. Devíamos mandar-lhes um e-mail diário de penhorado agradecimento, mas não, gostamos é de embirrar com tão distintas personagens.
Há um que diz que o melhor que tínhamos a fazer era seguir o exemplo dos sem-abrigo e cai o Carmo e a Trindade. Há outro que parece que se esqueceu de declarar não sei quantos milhões e lá vem mais um vendaval de críticas. Como se nenhum de nós se esquecesse de declarar tão obscenas quantias. Eu, por exemplo, todos os anos me esqueço de pôr no IRS, pelo menos, aí uns 2 ou 3 milhões de euros. É claro que, ao contrário do banqueiro em causa, não os tenho, mas isso é um mero pormenor técnico.
Agora, há por aí outro banqueiro, ou ex-banqueiro, na mira deste país de invejosos. Que acham que o homem não devia ir a secretário de Estado só porque foi um dos gestores do BPN. Imagino que como a equipa de que fez parte levou o banco à falência haja o receio de que faça o mesmo com o país. Um receio que não tem qualquer tipo de fundamento. O homem até pode ter grandes talentos nesta matéria, mas nunca seriam suficientes para cumprir tal desgraçado objectivo. Pelo simples facto de que falido já o país está.
Teve azar, chegou tarde.

(Opinião, Jorge Eusébio)

Sem comentários:

Enviar um comentário