Há muitas razões que justificam as nossas opções. No meu caso, e no que diz respeito à escolha do café que frequento, há três critérios essenciais: distância curta do local onde me encontro, preço da bica o mais barato possível e ter um jornal disponível para os seus clientes. E há pouca coisa que me irrite mais do que chegado ao local, me apercebo que o jornal foi raptado por um indivíduo que por ali fica tempo sem fim, ao que parece, a ler as notícias todas e a ver se não há gralha nenhuma. E quando chega à última página, lá faz marcha atrás e perde mais meia-hora na operação.
É o que está a acontecer hoje. Já bebi o café e fiz três ou quatro textos aqui para o blog e não há meio do tipo careca largar o Correio da Manhã. Bom, parece que é agora. Pousa o jornal na mesa, levanta-se, hesita, volta e acaba por ir mesmo embora. Levanto-me também, mas, entretanto, do nada, aparece uma senhora idosa que se antecipa.
Isto de conseguir ler o jornal em certos cafés tem muito que se lhe diga, não é tão fácil como pode parecer à primeira vista. Pelos vistos, há que ter olho de lince, bons reflexos e rapidez de movimentos. Tenho de treinar.
(Opinião, Jorge Eusébio)
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