sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Guerra dura até Outubro

E, pronto, está concretizado o que se previa, o anúncio público de duas candidaturas da área socialista à presidência da Câmara do Cartaxo. Pedro Magalhães Ribeiro vai defender oficialmente as cores do partido, enquanto que o actual titular do cargo, Paulo Varanda, pretende avançar como independente.
Para além destes dois, também o PSD, a CDU e o Bloco de Esquerda irão avançar, seguramente, com candidatos, enquanto que o CDS admite, igualmente, ir a votos. Se isso se concretizar, serão seis os candidatos à presidência de uma câmara que se diz estar falida. Recorrendo à ironia, pode dar-se graças a Deus, pois se estivesse em excelente situação financeira, provavelmente, apareceriam aí uns dez ou doze candidatos e isso já seria confusão a mais. E, mesmo assim, vamos ver como as coisas irão correr. Vai ser dura, muito dura a campanha, sobretudo o confronto entre Paulo Varanda e Pedro Magalhães Ribeiro. O actual presidente da autarquia vai fazer do candidato oficial do PS o seu principal adversário e lembrar mil vezes que ele já exerceu funções de grande importância na câmara e que, por isso mesmo, é um dos responsáveis pela situação financeira muito grave em que ela se encontra. Pedro Magalhães Ribeiro deverá responder na mesma moeda, pelo que se adivinham tempos de grande crispação. A juntar a isto, temos o Bloco de Esquerda que vai usar a sua habitual agressividade política, não perdendo uma hipótese para atacar Paulo Varanda.
Nesta altura, os dois grandes pontos de interrogação colocam-se na CDU e no PSD. Conforme já foi assumido, o homem que tem dado a cara pela CDU, Mário Júlio Reis, não vai avançar para nova candidatura, o que deixa a coligação numa situação difícil. Daí que não se estranhe ter aparecido nas redes sociais um movimento que pretende convencê-lo a fazer marcha-atrás e a ser, mais uma vez, o candidato da CDU. Duvido que tenha sucesso, mas a ver vamos.
Mas, nesta altura, a nível político, quase todos os olhares se voltam para o PSD. O maior partido da oposição tem, nas próximas autárquicas, devido à divisão entre os socialistas, teoricamente, uma boa hipótese de, finalmente, conquistar a Câmara. Mas, para isso, precisa, essencialmente, de um bom candidato. Na minha opinião, alguém que não esteja demasiado conotado com o partido, de forma a que não seja ‘contaminado’ pela impopularidade do Governo.
O presidente da concelhia já veio dizer que ainda não apresentou candidato porque, antes que isso aconteça, é fundamental conhecer a real situação financeira da autarquia. Espero que não leve esse argumento até às últimas consequências. Se o fizer, pode arrisca-se é a não ir a eleições...

(Opinião, Jorge Eusébio)

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