sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O gajo não podia ter adoecido noutra altura?

DIÁRIO DE UM CANDIDATO IMAGINÁRIO (*)
 
O comício de logo à noite é muito importante. Por isso, passei as últimas horas a escrever, a ler, a rever e a corrigir o meu discurso.
Com a tarefa concluída, liguei para os restantes elementos da lista que vão, igualmente, dizer umas palavras e fiquei tranquilo. Também eles já haviam preparado as suas curtas intervenções.
O meu interlocutor seguinte foi o Ricardo que me garantiu já ter decorado a sala e ter as bandeirinhas a postos. Óptimo. Saí e fui ao café desanuviar um bocadinho. 
Ao regressar, constatei que me havia esquecido do telemóvel, o qual se encontrava numa aflição tremenda. E o caso não era para menos. Definitivamente, o comício estava lixado, o melhor era até cancelá-lo. É que, afinal, o homem que contratámos para assar os porcos teve um problema qualquer de saúde e não pode vir. E o diabo é que, como toda a gente sabe, as ideias e os discursos podem ser muito bonitos, mas se não há bifanas e cerveja à borla, ninguém aparece.
Raios parta esta merda. O gajo não podia ter adoecido noutra altura?


 *Este é um texto de ficção. Qualquer eventual semelhança com personagens e eventos reais é mera coincidência.

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Uma equipa de gente séria
Sondagens marteladas

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