Foto: Vítor Neno |
Recorda-se que, na altura, o teatro “fazia-se por vocação, porque se gostava verdadeiramente. E os pais faziam tudo para que os filhos não fossem para o teatro, inventava-se imensas histórias. Hoje há mães que quase empurram os filhos para os nossos braços. Há muito talento, mas há também muita gente a quer fazer teatro apenas para ver o seu nome nos cartazes”.
Foi no Teatro ABC que se popularizou com o teatro de revista e foi com o programa televisivo “Riso e Ritmo” (1964) – em que foi autor e actor, contracenando com Armando Cortez – que se deu a conhecer a todos os portugueses. Recorda-se que a peça 'Bikini' "foi a primeira revista que fiz – no início dos anos 60, no ABC – e foi um estoiro enorme, um grande sucesso, porque era diferente e ninguém estava à espera. Eu era o autor e participava também como actor".
Francisco Nicholson não deixou de representar nem de escrever. Depois de ter passado pela Companhia Nacional de Teatro e pelo Teatro Estúdio Lisboa, inaugurou o Teatro Villaret integrando o elenco da peça “O Inspetor Geral de Nicolau Gogol”. No dia 25 de abril de 1974, o ABC tinha em cena “Tudo a Nu”, de que era autor, encenador e ator. Dirigiu e interpretou variados programas televisivos, escreveu diversas novelas – tendo sido o autor de “Vila Faia”, a primeira telenovela portuguesa –, foi também autor de várias séries para televisão e argumentista no cinema. Recentemente encenou a peça “Isto É Que Me Dói”, com José Raposo e Sara Barradas.
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