Foi mais ou
menos isto que, em traços gerais, aconteceu na entrevista. Tudo correria bem,
se não fosse a chegada da crise económica que nem se deu ao trabalho de bater à
porta e o apanhou desprevenido. Uma crise económica que foi global, mas que
apenas fustigou, de forma dramática, três ou quatro países, entre os quais
Portugal, por ele governado ao longo de seis anos. Mas, ainda assim, tudo
ficaria bem se os malandros dos partidos da oposição não lhe tivessem puxado o
tapete com a conivência de Cavaco Silva. O PEC IV ia salvar o país, mesmo
depois dos PEC’s I, II e III terem falhado esse objectivo.
Não há nada
a fazer. Sócrates é assim mesmo e não há-de mudar nunca. Ele tem sempre razão e
passa-se dos carretos quando alguém insinua que é capaz de não ser bem assim. Não
adianta estar a lembrar-lhe que foi no seu reinado que o país entrou, na prática,
em bancarrota, perdeu a sua independência e passou a ser governado por uns
tipos sinistros, vindos sabe-se lá de onde. E que isso aconteceu como resultado
das políticas seguidas no passado, começando, obviamente, pelas que
implementou, de forma convicta, ao longo de mais de meia década.
Mas tendo em
conta o feitio e as características do homem, não é de admirar que não
adiante dizer-lhe isto. O que já parece estranho é que, por aquilo que vejo nas
redes sociais, ele tenha convencido meio mundo. Se a entrevista durasse mais
cinco minutos, haveria certamente muito bom português que ficaria convencido e
juraria por tudo o que tem de mais sagrado que José Sócrates nunca governou Portugal.
(Opinião, Jorge Eusébio)
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