domingo, 6 de setembro de 2015

O Barlavento vale zero



Se, no Algarve, os resultados eleitorais de 4 de Outubro se situassem dentro dos níveis da mais recente sondagem do Expresso/SIC, o PS conseguiria eleger quatro deputados; a coligação PSD/CDS outros quatro e a CDU manteria um eleito.

Em termos geográficos passaríamos a ter uma das representações mais desequilibradas de sempre.
Pelo PS seriam eleitos: José Apolinário (Faro), António Eusébio (S. Brás de Alportel), Jamila Madeira (Loulé) e Luís Graça (Faro). Pela coligação PSD/CDS iriam para o Parlamento: José Carlos Barros (Vila Real Sto. António), Cristóvão Norte (Faro), Teresa Caeiro (Lisboa) e Pedro Lomba (Lisboa). Finalmente, pela CDU manter-se-ia Paulo Sá (Faro).
Ou seja, da zona geográfica do Algarve que vai de Loulé a Vila Real de Sto. António sairiam sete deputados, a juntar a dois de… Lisboa. A parte do Algarve que vai Albufeira a Vila do Bispo – onde habitam cerca de 200 mil pessoas - ficaria sem representantes.

Obviamente que se pode dizer que não é por ser deste ou daquele concelho que um deputado vai representar melhor ou pior o Algarve. Pois, mas pela lógica natural das coisas, é provável que alguém de Portimão, Lagos, Lagoa ou Albufeira tenha maior conhecimento e sensibilidade sobre o que se passa no Barlavento e seja mais provável que procure alertar os seus pares e o Governo para os problemas desta sub-região.

A colocação de candidatos nas listas tem muito mais a ver com a força de cada estrutura concelhia do que com a qualidade e capacidades dos escolhidos. E a ausência de candidatos desta zona do Algarve significa que o peso político do Barlavento junto de quem manda nos principais partidos nacionais é zero ou pouco mais do que isso.



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