domingo, 20 de setembro de 2015

As sondagens estão todas erradas


Nos últimos dias, Portugal começou a invadido por uma praga terrível. Uma praga de sondagens. Umas garantem que é a coligação PSD/CDS que vai ganhar. Outros apostam no PS e a maioria prevê que vai ficar tudo empatado e que Cavaco terá de atirar a moeda ao ar para escolher o próximo primeiro-ministro.

Não gosto de ser desmancha-prazeres, mas todas as sondagens estão erradas. A taça não vai para nenhum daqueles partidos. Nem para qualquer outro. Quem vai ganhar, e por maioria absoluta, é a abstenção.

No Algarve já há bastante tempo que os números da abstenção são assustadores. Nas legislativas de 1999 foram exactamente 133.253 (42,5%) os algarvios que não se aproximaram de uma mesa de voto. O número manteve-se ao mesmo nível quatro anos mais tarde (132.292, ou seja 41,6%) e baixou ligeiramente em 2005: 124.506 (38,4%).
Em 2009, a abstenção disparou para 150.164 (42,6%) e, em 2011, subiu para 159.385 (44,2%).

Este ano, quem tem acompanhado a movimentação das candidaturas, apercebe-se das enormes dificuldades de mobilização com que todas se têm deparado. A solução passa por se refugiarem em pequenas salas para que coisa não se note tanto. Os candidatos só conseguem tirar fotografias com muita gente ao lado quando aparecem em festas populares ou quando os líderes nacionais descem à província.

O número de recenseados no Algarve deverá chegar muito perto das 370 mil pessoas e a abstenção, se não atingir aos 50% andará lá a bater à porta. Mesmo sem ter ido a debates e entrevistas, ganha com maioria absoluta.

(Opinião, Jorge Eusébio)



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