segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Um Orçamento com direito a poema



A situação que se vive na Câmara do Cartaxo é grave e isso mesmo é espelhado no Orçamento para 2015. Talvez para amenizar a leitura, a equipa liderada por Pedro Ribeiro colocou um poema a abrir o documento. Este, de Manuel Alegre:

As mãos

Com mãos se faz a paz se faz a guerra
Com mãos tudo se faz e se desfaz
Com mãos se faz o poema  e são de terra.
Com mãos se faz a guerra e são a paz.

Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedra estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.

E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.

De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.

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