sexta-feira, 28 de junho de 2013

O que é que Durão e Constâncio têm feito pelo país?

Há dias, Mário Soares veio para a praça pública atirar-se a Durão Barroso, dizendo que a sua actuação à frente da Comissão Europeia tem sido desprestigiante para o país. Os barrosistas caíram-lhe em cima, mas acho que o tema lançado tem razão de ser e já há muito que devia ter começado a ser debatido.
Se bem me recordo, a saída de Durão Barroso do governo para seguir para a presidência da comissão europeia foi muito polémica. E um dos argumentos dos seus apoiantes foi exactamente que o país teria muito a ganhar em ter um português naquele cargo.
Devo ter andado muito distraído mas, até agora, ainda não conseguir perceber que vantagens foram essas. O mesmo se pode dizer relativamente ao vice-governador do Banco Central Europeu, Victor Constâncio. Curiosamente, dois indivíduos que tiveram a sua dose de responsabilidade nos problemas que o país atravessa e que agora assobiam para o ar, como se não tivessem nada a ver com isso. Aliás, com o maior desplante do mundo, às vezes, ainda se dão ao luxo de nos fazerem críticas, advertências ou até ameaças. Como se nunca na vida tivessem tido a mais pequena responsabilidade na matéria.
Se calhar até tem sido penalizador para o país eles estarem naqueles cargos. Sou algarvio e lembro-me bem que quando Cavaco Silva foi 1º ministro, o pessoal lá de baixo se queixava que ele não fazia nada de relevante pelo Algarve, para não o acusarem de estar a privilegiar a sua região.
Provavelmente, é o que se passa com Durão e Constâncio. Mas, seja como for, a saída de Portugal da crise passa em grande medida pela Europa e pelas instituições em que ambos têm grandes responsabilidades. Está na altura de lhes exigir que as utilizem para ajudar a defender os interesses do país ao qual devem, de forma directa ou indirecta, os seus tachos dourados.
Se não o fizerem, governo e oposição têm de assumir que nunca mais apoiam a candidatura destas aves raras a qualquer cargo. E mais, deve-se arrastar a credibilidade deles pela lama se não derem o seu melhor para ajudarem o país a sair de um dos momentos mais complicados com que já se deparou.
(Opinião, Jorge Eusébio)

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