sexta-feira, 14 de junho de 2013

Campanha suja


O Governo decidiu finalmente que as eleições locais vão ter lugar no dia 29 de Setembro. Isso significa que os partidos já só têm escassos 3 meses para montar e olear as suas máquinas de campanha de forma a convencerem o maior número possível de pessoas a neles votarem.

No Cartaxo, os dados principais estão lançados. PS, PSD, CDU e Paulo Varanda, na condição de independente, já há algum tempo que tomaram as decisões principais em relação às autárquicas. Falta apenas que o Bloco resolva com quem vai a votos para o quadro ficar praticamente completo.

Espera-se que estas sejam umas eleições muito disputadas. O Cartaxo é um concelho sociologicamente socialista, mas as divisões existentes no PS, que deram origem a duas candidaturas, colocam em dúvida que repita a maioria que dura desde há quase 40 anos. A situação financeira muito complicada que se vive na Câmara também é um aspecto negativo que pode prejudicar as candidaturas de Pedro Ribeiro, pelo PS, e do actual presidente, Paulo Varanda. 

Em condições normais, e em face deste cenário, podia-se dizer que chegou a hora do PSD conquistar o poder. Mas, a tremenda impopularidade deste governo poderá prejudicar o resultado das suas listas autárquicas. Não é, seguramente, por acaso ou por distracção que alguns candidatos laranja, entre os quais o do Cartaxo, Vasco Cunha, não colocam o símbolo do partido nos seus cartazes. É uma forma de tentarem evitar serem contaminados pela impopularidade de Passos Coelho e companhia. 

A grande questão que se coloca é a de saber se o eleitorado vai assumir que por estas serem eleições locais deve votar em face do que se passa no seu concelho ou se vai aproveitá-las para mostrar um cartão amarelo ao governo liderado pelo PSD, através da penalização dos seus candidatos autárquicos. Essa dúvida leva a que se aplique à política cartaxeira a famosa frase de um futebolista de que previsões só no fim do jogo. No caso concreto, parece-me que Pedro Ribeiro, Vasco Cunha e Paulo Varanda partem com legítimas esperanças de conseguirem vencer uma corrida muito renhida que deverá ficar decidida ao sprint. 

Não faço apostas sobre quem será o vencedor mas arrisco-me a dizer que a vantagem será mínima e que não deverá haver maioria absoluta. Também me arrisco a dizer que daqui até 29 de Setembro vamos assistir a uma das campanhas mais sujas e desagradáveis que há memória no Cartaxo. Não sei se essa estratégia será muito do agrado do eleitorado, suponho eu, bem mais preocupado com os seus reais problemas e os do concelho.

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