quinta-feira, 22 de maio de 2014

Praticamente não há crimes no país


Na sua passagem pelo Cartaxo, o ministro da Administração Interna lá veio com a lenga-lenga de que os arautos da desgraça, em termos de segurança, devem meter a viola no saco. Afinal, diz ele, apesar dos tempos difíceis que vivemos, não há caos, o país continua a ser seguro e os indicadores dizem que a criminalidade até tem diminuído.
Aos anos que eu ouço esta conversa da boca de inúmeros secretários de Estado, ministros e primeiros-ministros! Sempre que há um indicador parcial positivo, eles agarram-no com unhas e dentes, esquecem tudo o resto e dizem que o país está mais seguro.
Se a realidade os fosse levar a sério, de certeza que, por esta altura, já não havia crimes no país. Pois se eles descem todos os anos...
E, se calhar, até nem há. O problema, acrescentou o ministro, (também é um clássico),  não é tanto a insegurança real, é mais a insegurança "psicológica", uma doença que parece afectar, em maior percentagem, a população mais idosa e isolada. Aparentemente, trata-se de pessoas mal informadas, que sentem medo sem razão, não sabem que, praticamente, já não há crimes nem criminosos no país.
Mas isso é algo que vai mudar, pois o ministro já instruiu os polícias para irem junto dessa gente levar-lhes a boa nova.

(Opinião, Jorge Eusébio)

Sem comentários:

Enviar um comentário