segunda-feira, 26 de maio de 2014

Este tipo de democracia que temos é uma farsa

Não vão em conversas. Não foi o PS que ganhou as eleições. Nem a CDU e muito menos o MPT. Lamento dizê-lo, mas quem venceu este acto eleitoral foi o 'meu partido'. Meu e de mais 6,396 milhões de pessoas. Todos com óptimas razões para darem nega ao pseudo sistema democrático que temos.
No meu caso, devo confessar que apenas não votei porque ainda estou recenseado a centenas de quilómetros do local onde vivo actualmente. E, se tivesse ido às urnas, teria 'votado' num 'partido' ainda pequeno, mas que tem vindo a crescer de forma sustentada nos últimos anos: o do voto em branco.

O actual sistema político que temos só muito remotamente pode ser considerado democrático. Uma democracia pressupõe que se possa ser eleito para quelquer cargo e que se possa votar livremente em quem queremos. E que o voto da maioria sirva para definir as políticas do país. Só que isso não acontece. São meia-dúzia de iluminados que decidem quem vai nas listas, pelo que, logo aí, a coisa, em termos de liberdade de escolha, fica muito limitada.
Depois porque, em democracia, é suposto o nosso voto ter consequências. Como se sabe, nesta altura e em Portugal, isso não acontece. Nem nas legislativas e muito menos nas europeias. Mesmo que ganhasse a CDU ou o Bloco nada mudaria de substancial. Estamos de pés e mãos atados e com a corda no pescoço. Quem manda nisto e quem decide a nossa política são uns tipo que nem fazemos ideia que existam, que nunca se apresentaram a votos em Portugal e muitos deles nem sequer alguma vez cá meteram os pés.

No fundo, o sistema de voto supostamente democrático, nesta altura - e lamento dizê-lo - apenas serve para alimentar uma forma não-democrática de Governo do país. Para que as pessoas se mantenham na ilusão de que a sua opinião conta  e que o seu voto serve para alguma coisa e se mantenham calmos e mansos e não arrejem problemas de maior a quem, de facto, tudo decide. No fundo, isto tudo é uma farsa.
É um peditório para o qual eu e, pelos vistos, muitas outras pessoas já demos.

(Opinião, Jorge Eusébio)

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