Vão ser uns meses lindos daqui até às
eleições de Outubro. Quem tem interesse em estudar as técnicas que os políticos
usam para tentar chegar ao poder, deve mudar-se para o Cartaxo, pois todas
essas técnicas e mais algumas vão ser utilizadas por cá.
Devido a essas guerras internas será
que os dias do PS à frente da autarquia estão a chegar ao fim? Se olharmos para
os números dos últimos actos eleitorias, em especial para o de 2009, para a
evolução política e, sobretudo, económica que se deu daí para cá, podemos
concluir que há essa forte possibilidade. Sobretudo, se acabarem por surgir
duas candidaturas na área socialista.
O PS teve, em 2009, 5382 votos contra
3309 do PSD. Portanto, caso uma das candidaturas da área socialista tenha para
aí uns 1500/2000 votos, o PS entra na linha vermelha que separa o poder da
oposição. Mas, como se costuma dizer, uma equipa joga o que a outra deixa
jogar. O resultado final dependerá, obviamente, da estratégia e do candidato do
principal partido da oposição, o PSD, que, sobre esta questão, tem andado muito
calado e não se sabe quando tomará uma decisão relativamente à candidatura.
Compreende-se que o partido laranja
faça uma gestão muito pensada desta matéria, que procure não dar tiros nos pés,
pois pode estar perante uma oportunidade única de conquistar o poder. O PSD tem
sobretudo o problema que lhe é colocado pela situação nacional. Apesar da
gestão socialista no concelho, ao longo dos anos, ter sido péssima, a verdade é
que a maior parte dos problemas que os cartaxeiros enfrentam resultam da
situação nacional e se quem está no poder é o PSD é natural que os seus
candidatos autárquicos apanhem pancada por tabela.
Daí que seja muito sensível e
importante a escolha do candidato à presidência da Câmara. Se for algum
militante muito conotado com o aparelho, com Passos Coelho e Miguel Relvas,
obviamente que terá maiores dificuldades em afirmar-se. Em vez de passar toda a
campanha a atacar a gestão socialista no concelho, será obrigado a gastar boa
parte do tempo a justificar a actuação do Governo, o que, convenhamos, não é
uma tarefa muito fácil nem garante um número significativo de votos. Voltar a
apostar num candidato independente, como fez há 3 anos, eliminaria este
problema. O escolhido teria margem de manobra para dizer que estava a defender
o partido no Cartaxo e não no país e até que não concordava com muitas das
medidas do Governo e arrumava o assunto, passando, então, a focar-se nas
questões locais.
Enfim, vamos ver qual a opção que o
PSD scolherá. Mas a maior incógnita destas eleições é saber quantas pessoas
ainda farão questão de se deslocar às mesas de voto. Ultimamente, os políticos,
que a nível nacional, quer local, não lhes têm dado muitas razões para se
disporem a isso.
(Opinião, Jorge Eusébio)
Fossem as funções de autarca desempenhadas a título gratuito, e o número de interessados em apresentar candidaturas e fomentar guerrilhas que lhe estão implícitas, desceria substancialmente. É verdade que os tempos são outros e, na política, tal como em muitas outras áreas, o amadorismo deu lugar ao profissionalismo, mas muito eu gostava de ter maneira de fazer um teste teórico - já se vê - tipo faz de conta, de maneira a descortinar um só candidato que fosse, a fomentar atritos pessoais com o intuito de desempenhar o cargo de modo precário; em espírito de missão.
ResponderEliminarMas atenção, se os missionários fossem do tipo tendencial para enveredar pela senda da cleptomania, de coçar para dentro, como o macaco, então mais vale que sejam remunerados, bem remunerados, de acordo com as suas habilitações e competências e idoneidade.
Olhem o que dizia o outro: "Dividir para governar". No caso vertente, seria pior a emenda que o soneto!