A situação que se vive na Câmara do
Cartaxo é grave e isso mesmo é espelhado no Orçamento para 2015. Talvez para
amenizar a leitura, a equipa liderada por Pedro Ribeiro colocou um poema a
abrir o documento. Este, de Manuel Alegre:
As mãos
Com mãos se faz a paz se faz a
guerra
Com mãos tudo se faz e se desfaz
Com mãos se faz o poema ─ e são de terra.
Com mãos se faz a guerra ─ e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se
lavra.
Não são de pedra estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na
palavra
as mãos que são o canto e são as
armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas
transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes
harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
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