Paulo
Varanda é o segundo a apresentar (este Domingo) publicamente a sua candidatura à presidência
da Câmara do Cartaxo, depois de Pedro Ribeiro já ter feito o mesmo. O arranque do
candidato socialista correu bem, teve muita gente a apoiá-lo, o que faz
aumentar a pressão sobre os outros, a começar por Paulo Varanda. A curto prazo,
também o PSD deve decidir quem quer que o represente nas eleições e a CDU e o
Bloco não deverão tardar muito mais a dizerem quem são os seus candidatos. A
partir daí faltará apenas saber se o CDS vai igualmente jogar neste campeonato
ou se prefere não avançar com uma candidatura à presidência da autarquia. Uma
coisa é certa, apesar da Câmara do Cartaxo estar numa situação económica e
financeira muito complicada, candidatos não irão faltar.
Em face
dessa realidade há quem diga que é louco ou muito corajoso quem quer ser
presidente da autarquia. Não comungo dessa opinião. É certo que não vai haver
dinheiro para fazer quase nada nos anos mais próximos, mas a verdade é que toda
a gente sabe disso e não vai exigir nada ao próximo que se sentar no cadeirão
presidencial. Terá, portanto, aí uns dois anos tranquilos, sem as associações
ou juntas a pedirem dinheiro e com a população sem reivindicar obra, pois sabe
que não há meios financeiros para isso. Como é dos livros, se o futuro
presidente for outro que não Paulo Varanda, não vai perder a oportunidade de dramatizar,
garantindo que as coisas ainda estão piores do que se pensava e atirar a
responsabilidade para cima dos seus antecessores.
E assim irá
passar-se, de forma relativamente tranquila, a primeira metade do mandato.
Basta ter algum cuidado com os espaços públicos e ir tapando os buracos maiores
nas ruas e caminhos para as pessoas ficarem com a ideia de que se está a fazer
o que é possível. Ao mesmo tempo, há que ir cuidando da imagem, ir aparecendo
em todas as festas e eventos públicos, em contacto com o povo, pois, não tenhamos
ilusões, a campanha eleitoral seguinte tem início a partir do momento em que os
resultados destas eleições ficam contados. Na segunda metade do próximo
mandato, muito mal estaremos todos nós se a situação do país não for bem melhor
do que é actualmente. E, portanto, já deverá ser possível arranjar algum
dinheiro para se ir fazendo uma obra ou outra, uma oportunidade que não deverá
ser desperdiçada.
Se este
guião for seguido, de certeza que quem ganhar estas eleições no Cartaxo,
chegará às próximas com possibilidades muito fortes de também as limpar e com
relativa facilidade.
Mas isto são
divagações. Para já, a realidade é que vamos ter por aí a campanha mais dura e
agressiva de há muitos anos a esta parte no Cartaxo. E espera-se que seja dura
e agressiva apenas no domínio da retórica política.
(Opinião, Jorge Eusébio)
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