Nos últimos dias, Portugal começou a invadido por uma praga terrível. Uma praga de sondagens. Umas garantem que é a coligação PSD/CDS que vai ganhar. Outros apostam no PS e a maioria prevê que vai ficar tudo empatado e que Cavaco terá de atirar a moeda ao ar para escolher o próximo primeiro-ministro.
Não gosto de ser desmancha-prazeres, mas todas as sondagens
estão erradas. A taça não vai para nenhum daqueles partidos. Nem para qualquer
outro. Quem vai ganhar, e por maioria absoluta, é a abstenção.
No Algarve já há bastante tempo que os números da abstenção
são assustadores. Nas legislativas de 1999 foram exactamente 133.253 (42,5%) os
algarvios que não se aproximaram de uma mesa de voto. O número manteve-se ao
mesmo nível quatro anos mais tarde (132.292, ou seja 41,6%) e baixou
ligeiramente em 2005: 124.506 (38,4%).
Em 2009, a abstenção disparou para 150.164 (42,6%) e, em
2011, subiu para 159.385 (44,2%).
Este ano, quem tem acompanhado a movimentação das candidaturas,
apercebe-se das enormes dificuldades de mobilização com que todas se têm
deparado. A solução passa por se refugiarem em pequenas salas para que coisa
não se note tanto. Os candidatos só conseguem tirar fotografias com muita gente
ao lado quando aparecem em festas populares ou quando os líderes nacionais
descem à província.
O número de recenseados no Algarve deverá chegar
muito perto das 370 mil pessoas e a abstenção, se não atingir aos 50% andará lá
a bater à porta. Mesmo sem ter ido a debates e entrevistas, ganha com maioria
absoluta.
(Opinião, Jorge Eusébio)
(Opinião, Jorge Eusébio)
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