O Governo decidiu finalmente que as eleições locais vão ter
lugar no dia 29 de Setembro. Isso significa que os partidos já só têm escassos
3 meses para montar e olear as suas máquinas de campanha de forma a convencerem
o maior número possível de pessoas a neles votarem.
No Cartaxo, os dados principais estão lançados. PS, PSD, CDU
e Paulo Varanda, na condição de independente, já há algum tempo que tomaram as
decisões principais em relação às autárquicas. Falta apenas que o Bloco resolva
com quem vai a votos para o quadro ficar praticamente completo.
Espera-se que estas sejam umas eleições muito disputadas. O
Cartaxo é um concelho sociologicamente socialista, mas as divisões existentes
no PS, que deram origem a duas candidaturas, colocam em dúvida que repita a
maioria que dura desde há quase 40 anos. A situação financeira muito complicada
que se vive na Câmara também é um aspecto negativo que pode prejudicar as
candidaturas de Pedro Ribeiro, pelo PS, e do actual presidente, Paulo Varanda.
Em condições normais, e em face deste cenário, podia-se
dizer que chegou a hora do PSD conquistar o poder. Mas, a tremenda
impopularidade deste governo poderá prejudicar o resultado das suas listas
autárquicas. Não é, seguramente, por acaso ou por distracção que alguns candidatos
laranja, entre os quais o do Cartaxo, Vasco Cunha, não colocam o símbolo do
partido nos seus cartazes. É uma forma de tentarem evitar serem contaminados
pela impopularidade de Passos Coelho e companhia.
A grande questão que se coloca é a de saber se o eleitorado
vai assumir que por estas serem eleições locais deve votar em face do que se
passa no seu concelho ou se vai aproveitá-las para mostrar um cartão amarelo ao
governo liderado pelo PSD, através da penalização dos seus candidatos
autárquicos. Essa dúvida leva a que se aplique à política cartaxeira a famosa
frase de um futebolista de que previsões só no fim do jogo. No caso concreto,
parece-me que Pedro Ribeiro, Vasco Cunha e Paulo Varanda partem com legítimas
esperanças de conseguirem vencer uma corrida muito renhida que deverá ficar
decidida ao sprint.
Não faço apostas sobre quem será o vencedor mas arrisco-me a
dizer que a vantagem será mínima e que não deverá haver maioria absoluta. Também
me arrisco a dizer que daqui até 29 de Setembro vamos assistir a uma das
campanhas mais sujas e desagradáveis que há memória no Cartaxo. Não sei se essa
estratégia será muito do agrado do eleitorado, suponho eu, bem mais preocupado
com os seus reais problemas e os do concelho.
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