Os políticos nasceram para
nos dar preocupações. Sobretudo, relacionadas com o aumento de impostos que,
garantem sempre nas campanhas eleitorais, nunca acontecerá.
Agora há mais um episódio que
nos deixa com pulga atrás da orelha sobre o que andam por aí a fazer. Não estou
a falar do caso Sócrates. Estou a falar de um outro bem mais candente: o de,
alegadamente, os deputados, na hora de serviço, andarem a apreciar ‘jovens
avantajadas’ nos computadores da Assembleia da República.
A acusação foi feita por
uma estudante que terá ficado escandalizada por, no decorrer de uma visita ao
Parlamento, ter presenciado ao acto. Enviou uma carta a Marcelo Rebelo de Sousa
que, como é habitual, logo se desbocou em directo, na televisão, na sua missa
dominical. Agora, o Observador foi investigar tão importante história e
descobriu que não há registo de qualquer visita ao Parlamento da turma de que a
estudante faz parte. Nem da escola em que anda.
Pelo meio, a intervenção
moralista de Marcelo escandalizou alguns deputados. Um deles – José Magalhães –
coloca em dúvida a veracidade da história com um argumento imbatível: “uma
sra. muito avantajada dificilmente se distingue de uma banana, quando
vista das galerias.”
Portanto, coloca em causa que
a estudante tenha realmente visto ‘senhoras avantajadas’ nos computadores dos
deputados. Mas nem ele nem a investigação do Observador vão ao cerne do caso.
Ou seja, não nos dizem, preto no branco, se afinal os deputados costumam ou não
apreciar ‘senhoras avantajadas’ ou se preferem as modelos escanzeladas. E isso
é que era importante saber.
(Opinião, Jorge Eusébio)
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