Parece que Passos Coelho tem razão. Há indicadores positivos no que diz respeito à
inversão da situação económica. Basta ver que os 500 mil festivais de Verão que
por aí se realizam estão apinhados de gente para se concluir que a crise, com
certeza, já está a ficar para trás.
Portugal
deve ser o país do mundo com mais festivais de música por metro quadrado,
sobretudo nos meses de Julho e Agosto. E sempre a abarrotar de gente a abanar o
capacete, o que é surpreendente. Definitivamente, não há crise para os promotores
deste tipo de espectáculos que até contam com uma promoção brutal dos
principais órgãos de comunicação nacional. Ainda no outro dia, ao fazer
zapping, passei pela RTP 1 e lá estavam a transmitir um programa de total e
descarada publicidade a um destes festivais. Ou seja, uma empresa pública a
contribuir para o sucesso económico de uma empresa privada. E, provavelmente, à
borla, pois a preços de tabela custaria seguramente uma fortuna o tempo que o
programa durou e os meios que envolveu. Deve ser a isto que chamam serviço
público. Assim já vale a pena que dos meus impostos saia uma verba jeitosa para
manter a RTP a funcionar.
Outro
sinal de que a muito bom português a crise não bate à porta é a quantidade de
pessoas que já entopem as estradas e, sobretudo, as praias algarvias. Não que
eu critique. Sou algarvio e, vivendo aquela região quase exclusivamente do
turismo, quanto mais gente lá for, melhor. Só que me chateia ter a praia
atafulhada da primeira vez que lá ponho os pés. E, ainda por cima, depois de ter
esperado pelo fim da tarde, confiante de que, a essa hora, já a malta havia
deixado ao areal.
Curiosamente,
nesta altura, o Algarve não parece estar em vésperas de eleições locais, pois quase
não coloquei a vista em cima de outdoors dos candidatos autárquicos. A não ser
que tenha andado muito distraído, apenas me deparei com dois ou três cartazes pequenos
do Bloco de Esquerda e da CDU. No total, parece-me que os quatro concelhos
algarvios por onde passei, todos juntos devem ter menos cartazes políticos
expostos do que o Cartaxo. Sinal, imagino, de que, por cá, a crise já passou. E
que, ao contrário do que fazem questão de dizer algumas aves agoirentas, afinal,
este é um concelho rico.
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