DIÁRIO DE UM CANDIDATO IMAGINÁRIO (*)
Esta é a altura da campanha em que nos fartamos de distribuir os folhetos com as fotografias dos nossos candidatos e o essencial do programa para cada freguesia. A técnica é simples. Faz-se um desdobrável A4 ou A5 de quatro páginas. Na primeira, coloca-se a foto do cabeça-de-lista, um slogan e o apelo ao voto na nossa candidatura. Na última, espeta-se as fotos de todos os que fazem parte da lista. É muito importante que não falhe nem uma.
Nas páginas centrais coloca-se mais uma ou duas fotos, normalmente, a do candidato à Junta e a minha e uma frase de cada um. O resto enche-se com texto que se vai buscar a programas de anteriores eleições, pois isto, basicamente, é sempre a mesma lengalenga.
Contudo, este ano, temos que ter um pouco mais de atenção. Como há a possibilidade de ganhar as eleições, convém eliminar qualquer tipo de promessa concreta que tenhamos utilizado nas últimas autárquicas. Em alternativa, garantimos que vamos "promover o progresso", "dinamizar as actividades económicas", "apoiar os mais desfavorecidos" e "potenciar os recursos da Câmara". São frases que caiem sempre bem mas que, felizmente, não querem dizer nada.
*Este é um texto de ficção. Qualquer eventual semelhança com personagens e eventos reais é mera coincidência.
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