sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

E o prémio de CEO mais esquecido do mundo vai para... Zeinal Bava


Arial Mariana Mortágua (Bloco de Esquerda) é a deputada que está hoje em destaque nas redes sociais. Ontem, na Comissão de Inquérito ao BES, de que faz parte, foi inquirido Zeinal Bava, o ex 'homem-forte' da PT sobre os empréstimos daquela empresa à Rioforte. Depois de o ouvir, vezes sem conta, dizer que não se lembrava, nem sabia de nada, Mariana Mortágua rematou com uma pergunta-desabafo que se tornou viral: "é um bocadinho de amadorismo para quem ganhou tantos prémios de melhor CEO da Europa e arredores, não é?"

A popularidade da deputada é merecida, uma vez que se tem mostrado muito preparada e empenhada em descobrir a verdade sobre o estouro do maior banco do país. E faz questão de disponibilizar aos portugueses toda a informação que vai obtendo sobre o assunto no blog que criou para o efeito, Disto Tudo, que vale a pena consultar.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Um país, muitas capitais

Há poucas terras portuguesas cujos responsáveis e população não tentem encontrar pretexto para se auto-intitularem capital de qualquer coisa.
O Cartaxo diz ser a Capital do Vinho; Salvaterra de Magos é a Capital da Falcoaria; Passos de Ferreira, a Capital do Móvel; Sernancelhe assume-se como Capital da Castanha; Matosinhos vai ser, em 2016, a Capital da Cultura do Eixo Atlântico, seja lá isso o que for, e por aí fora.

Agora, há quem queira fazer de Aveiro a Capital dos Beijos e Abraços. Mas, atenção, segundo este artigo, parece que a ideia não é para abranger a cidade toda, vai ser feito um roteiro dos beijos e abraços e, provavelmente, só nessas zonas é que os ditos cujos podem ser distribuídos, a coisa não pode ser à balda.

E Capital do Truca Truca ainda não há?

(Opinião, Jorge Eusébio)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Cavaco, um perfeito vazio



Como toda a gente, tenho arrependimentos e a consciência de ter cometido muitos erros ao longo da vida. Mas também há decisões, atitudes e feitos (pequenos) de que me orgulho. Um deles é nunca ter votado em Cavaco Silva. Está hoje mais do que provado que o homem é uma total nulidade política.  

Ao fim de quase duas décadas a exercer os cargos políticos de maior importância e responsabilidade na política nacional, não me recordo de uma única decisão, frase ou atitude que tenha valido a pena. E ainda hoje não faço a mínima ideia se ele é de esquerda, de direita, liberal ou social-democrata.

Cavaco Silva chegou ao poder na altura em que, devido à nossa entrada na CEE, começaram a cair carradas de dinheiro que serviram basicamente para fazer auto-estradas, cursos de formação profissional da treta e para a compra de jipes. Em contrapartida, só tínhamos de enterrar as pescas, a agricultura, comprar carros alemães, prescindir de boa parte da nossa soberania e começar a transferir, para os gajos do dinheiro, ao desbarato, património e competências do Estado. 

Isto serviu para vencer com maioria absoluta as eleições seguintes e se aguentar 10 anos como primeiro-ministro. Chegou exibindo a ideia de que era diferente dos políticos tradicionais. Eles falavam e ele fazia. E fez alguma coisa, como qualquer Zé da Esquina faria, com a fortuna que recebemos da Europa. Nunca lhe passou pela cabeça - como, de resto, não passou à generalidade dos portugueses, para sermos justos - que quando a esmola é grande é boa política o pobre dela desconfiar. As consequências revelar-se-iam muitos anos mais tarde, agora com Cavaco como um presidente da República a mostrar toda a sua incapacidade e falta de competência para lhes fazer face.

Percebo o que levou os portugueses a votar nele nos primeiros tempos, mas ao fim de 3 ou 4 anos já devia ser evidente para toda a gente que o homem não tinha uma única ideia política na cabeça, nem servia para as funções. Mesmo assim insistiram nele e diz muito da desgraça em que Portugal se tornou que uma pessoa destas tenha conseguido ser o político do pós-25 de Abril que mais tempo exerceu os principais cargos políticos do país. Um povo que é capaz de errar tantas vezes não merece muito mais do que aquilo que, desgraçadamente, tem


(Opinião - Jorge Eusébio)





segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Portugal não é a Grécia


Em tempos, acusava-se o PCP de ter sempre a mesma cassete. Nos últimos anos tem sido o governo a usar e abusar de uma cassete: “Portugal não é a Grécia”. Aliás, quem ouviu o 1º ministro e a ministra das Finanças na passada semana e ainda lhes dá algum crédito, deve ter pensado que, em termos sociais e económicos, não só nos afastámos consideravelmente da Grécia, como já estamos bem perto da Alemanha.

É uma chatice a forma como a realidade consegue estragar uma óptima história. A verdade é que, apesar da brutal carga de impostos de que temos sido vítimas, a dívida pública portuguesa não pára de subir. No final de 2014 estava em 224,5 mil milhões de euros, um aumento de 5,3 mil milhões em relação a Dezembro de 2013!

Apesar de todos os esquemas (estágios, cursos e financiamento público a empresas privadas para terem as pessoas ocupadas e fora das estatísticas oficiais), a verdade é que o número de desempregados reais é uma loucura: cerca de 1,2 milhões, o que faz a taxa disparar para 23,8%

A nível social, números oficiais indicam que voltámos aos níveis de pobreza de há dez anos. E, ainda há dias, o presidente da Cruz Vermelha veio dizer que há cada vez mais portugueses que não têm dinheiro para comprar comida e pagar as contas da água e da luz, tendo a instituição ajudado com meio milhão de euros em 2014 para esse tipo de pagamentos.

Deve ser, portanto, este belo panorama que faz Passos Coelho garantir que “Portugal não é a Grécia” e que o programa de ajustamento está a correr às mil maravilhas. Não há ninguém que ofereça uns óculos ao homem? Ou um bocado de bom-senso?

(Opinião, Jorge Eusébio)





Operações da PSP com o radar


AVEIRO 
Dia 23 (Seg) 08H00/14H00 EN 109 - Km 58.1 - Aveiro
Dia 25 (Qua) 15 08H00/14H00 EN 109 (junto à CORVAUTO) - Aveiro
Dia 27 (Sex) 08H00/14H00 EN 109 - Km 58.1 - Aveiro

BEJA
Dia 26 (Qui) 09H00/12H00 Rua Zeca Afonso - Beja

BRAGA
Dia 25 (Qua) 09H00/12H00 Variante de Creixomil - Guimarães

CASTELO BRANCO
Dia 26 (Qui) 08H00/12H00 Alameda Pêro da Covilhã - Covilhã,

COIMBRA
Dia 27 (Sex) 14H00 Av. Dr. Manuel Gaspar de Lemos - Figueira da Foz

ÉVORA
Dia 25 (Qua) 16H30 EN 254 (sentido Redondo/Évora) - Évora

FARO
Dia 24 (Ter) 09H00 Av. Da Fonte Coberta – Lagos

LEIRIA
Dia 27 (Sex) 09H00/12H00 Av. José Gregório e Estrada da Nazaré - Marinha Grande

LISBOA
Dia 25 (Qua) 10H30 IC-17 Odivelas/Alfornelos

MADEIRA
Dia 23 (Seg) 08H00 Rua Engenheiro Santos Costa - Machico
Dia 24 (Ter) 16H00 VE 1 – Pico Tanoeiro/ VE 1 Túnel do Cortado - Santana
Dia 25 (Qua) 13H00 Via Expresso 3, Lugar de Baixo – Concelho da Ponta do Sol
Dia 26 (Qui) 08H00 Estrada de Santa Catarina – Santa Cruz

PORTO
Dia 23 (Seg) 20H00/24H00 Rua das Rãs - Santo Tirso
Dia 26 (Qui) 14H00/18H00 Rua Ribeiro Cambado, 412 - Valongo

SANTARÉM
Dia 24 (Ter) 14H00/18H00 Av. António Farinha Pereira - Alferrarede - Abrantes
Dia 26 (Qui) 14H00/18H00 Rua do Progresso - Cartaxo

VIANA DO CASTELO
Dia 25 (Qua) 10H00 Rua Agostinho José Taveira – Ponte de Lima

VILA REAL
Dia 23 (Seg) 13H30/16H30 Av. Aureliano Barrigas – Vila Real

VISEU
Dia 27 (Sex) 14H00 Estrada de Nelas - Viseu


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O amor é fodido


Há frases que são tão verdadeiras e geniais que mereciam ser distinguidas com um Óscar ou um Prémio Nobel. Como esta, de António Aleixo: "Há tantos burros mandando em homens de inteligência que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma ciência".

Ou esta, de Agostinho da Silva: "Se fosse possível explicar-te tudo não precisarias de perceber nada". Churchill, o homem que impediu o louco do Hitler de tomar conta do mundo, também tem montes de frases que merecem ficar na história. Como esta: "O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo".

No desporto esta, do Ricardo Araújo Pereira,  é a minha preferida: "O verdadeiro benfiquista é aquele que acredita sempre que o Benfica vai ser campeão. Mesmo quando isso é matematicamente impossível".

E Lobo Antunes acertou na mouche com este título de poema: “Todos os homens são maricas quando têm gripe”.

Mas quanto a títulos, o prémio maior vai para o do livro do Miguel Esteves Cardoso, “O amor é fodido”. O amor realmente é fodido quer quando corre bem quer quando dá para o torto. E imagino as cenas que deve ter provocado nas livrarias, com boa parte das pessoas que queriam comprá-lo a não terem coragem para pronunciar o seu título. Mas não foi por isso que o livro não vendeu que nem gingas. O amor pode ser fodido mas deu muito dinheiro a ganhar ao Miguel Esteves Cardoso.


(Opinião, Jorge Eusébio)


Versão vídeo:


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Uma novela de má qualidade em Vila Chã de Ourique


O que se tem passado na freguesia de Vila Chã de Ourique (concelho do Cartaxo) dava uma novela, uma boa comédia ou até um filme dramático. Dependia da disposição e talento do argumentista em causa, porque o material é muito rico e permite uma vasta gama de possibilidades.

O episódio mais recente foi a demissão da presidente eleita da freguesia, Conceição Nogueira (PS), mas muitos outros tiveram lugar ao longo de quase ano e meio. Na base de tudo está o facto do Partido Socialista ter vencido as eleições com maioria relativa, ficando a oposição com maior número de eleitos na assembleia de freguesia. Em condições normais - tal como aconteceu nas outras freguesias do concelhia - seria fácil e rápido conseguir-se um entendimento para constituir os órgão autárquicos. Mas não em Vila Chã de Ourique. 

Como era a líder da força partidária mais votada, Conceição Nogueira transformou-se automaticamente presidente da Junta e ficou com a responsabilidade de dirigir os trabalhos da assembleia até, nesse órgão, serem eleitos os dois elementos que a haveriam de acompanhar no executivo.
Acontece que, de acordo com a lei, apenas ela poderia propor nomes. Ela indicava os de elementos do seu partido que, sistematicamente, eram rejeitados pelos representantes do PSD e do Movimento pelo Cartaxo. Ao fim de algum tempo, lá colocou nomes de eleitos da oposição a votos, tendo acabado por ser escolhido um deles, Carlos Albuquerque, do Movimento pelo Cartaxo. Mas insistia que o terceiro elemento a integrar o executivo da Junta fosse do PS, o que era inviabilizado pelas duas outra forças políticas referidas.

Realizaram-se reuniões e mais reuniões para tentar ultrapassar o impasse, mas sem sucesso. Até que a assembleia, através dos votos favoráveis do PSD e Movimento, elegeu uma nova mesa para dirigir aquele órgão, a qual não foi reconhecida pelo PS, tendo Conceição Nogueira continuado a marcar sessões da assembleia que acabavam por não se realizar por não aparecerem os elementos dos partidos contestatários, o que faziam com que o órgão não tivesse quórum. Enquanto isso a nova mesa eleita por PSD e Movimento convocava também sessões que se realizaram na rua, por Conceição Nogueira não abrir a porta da Junta.

Nos bastidores continuaram a decorrer contactos e reuniões, uma solução de compromisso esteve várias vezes em vias de ser conseguida, mas ao fim de todo este tempo, o que é facto é que Vila Chã de Ourique continua a não ter a Junta e a Assembleia devidamente constituídas e a funcionarem com normalidade.

Espera-se que a saída de cena de Conceição Nogueira leve à demissão dos elementos da assembleia necessários para que a freguesia vá para eleições intercalares, pondo-se finalmente ponto final nesta novela de má qualidade.

(Opinião - Jorge Eusébio)


Vídeos relacionados



terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Brincar com o fogo

Passos Coelho, Cavaco e a companhia -  que, se pudessem, anulavam as eleições gregas - andam por aí a tentar meter na cabeça das pessoas a ideia que o que Tsipras e Varoufakis querem é mais dinheiro e que para esse peditório Portugal já deu.

Posso ter andado distraído, mas parece-me que não é isso que está em causa. O que o novo governo grego quer é melhores condições para conseguir pagar e, ao mesmo tempo, para que os seus cidadãos possam ter um nível de via minimamente condigno.

Mesmo os mais fanáticos adeptos do status quo deviam achar que, ao fim destes anos todos, convinha fazer um balanço e perceber se o programa da austeridade resolveu os problemas que era suposto resolver. Não resolveu, como é fácil de constatar. Basta para isso recorrermos à análise de Vítor Bento, um homem até há bem pouco tempo acérrimo defensor da austeridade.

Portanto, se as coisas não estão a resultar, seria uma mera de questão de bom-senso mudar o rumo. Mas, afinal, parece que bom-senso é uma qualidade demasiado radical para quem manda nisto.

Mas há muito mais do que a dívida em jogo. É a própria Europa que está em jogo. Apesar de todos os problemas, este ainda é capaz de ser o cantinho do mundo melhor para se viver. De uma forma geral, os europeus têm tido paz e prosperidade ao longo das últimas sete décadas. Têm construído uma sociedade tolerante, aberta a outras culturas e religiões e solidária, em que todos têm direito a cuidados de saúde, a apoios sociais e a uma educação de qualidade.

Ora acontece que, em boa medida, a crise e a resposta da austeridade têm vindo a destruir esse modelo de vida europeu. Basta olhar à volta para ver que os níveis prestados pelos estados europeus (os dos países do Sul) aos níveis da Educação, Saúde e apoios sociais diminuíram substancialmente.
E mesmo a paz, que muitos pensam ser um dado adquirido pode estar em causa.

Voltando à questão grega. Imagine-se que não se chega a um acordo e se vê obrigada a sair do Euro. Volta ao dracma, uma moeda que se desvaloriza drasticamente. Fica, portanto, sem condições para pagar a dívida e com extrema dificuldade para comprar os bens e serviços de que precisa. Tem de arranjar outra forma de resolver minimamente esses problemas. E vai virar-se - como já é perfeitamente óbvio - para a Rússia que não brinca em serviço e não irá apoiar os grego pelos seus lindos olhos. Como o país não tem dinheiro, a compensação pode passar dar facilidades militares à Rússia no seu território.  Nas actuais circunstâncias, como uma guerra diplomática a travar-se entre a Rússia e os EUA e a Europa, imagine-se o que isso seria. 
A União Europeia está a brincar com o fogo por ter à sua frente um conjunto não de políticos ou estadistas, mas de maus 'contabilistas'.

(Opinião, Jorge Eusébio)

PSP com radar em punho (15 a 20 de Fevereiro)

SANTARÉM
Dia 17 (Ter) - 14H00/18H00 Caminho Municipal 1398 - Cartaxo
Dia 18 (Qua) - 08H00/14H00 EN 110 - Carvalhos de Figueiredo - Tomar
Dia 20 (Sex) - 14H00/18H00 EN 3 - Calçadinha – Santarém
FARO
Dia 20 (Sex) 09H00 Av. Dom João VI – Olhão
AÇORES
17-fev-15 13H00 Estrada Regional n.º 1 de 1, entre o cruzamento da Silveira e as Doze Ribeiras
19-fev-15 06H45 Av. Príncipe do Mónaco - Ponta Delgada
AVEIRO 
16-fev-15 08H00/14H00 Rua dos Campinos - SÃO BERNARDO - Aveiro
18-fev-15 09H00/13H00 Rua da Circunvalação - Santa Maria da Feira
19-fev-15 09H00/13H00 EN 109/4 - SILVALDE - Espinho
20-fev-15 08H00/14H00 EN 109 - Km 58.1 - Aveiro
BEJA
19-fev-15 09H00/12H00 Av. Salgueiro Maia - Beja
BRAGA
18-fev-15 14H30/18H30 EN 306 - Barcelos
20-fev-15 10H00/12H00 Variente do Cávado - Braga
CASTELO BRANCO
16-fev-15 07H30/11H30 Av. Dia de Portugal - Castelo Branco
COIMBRA
19-fev-15 08H30 Rua da Boucinha - Vale Figueira - Coimbra
ÉVORA
20-fev-15 09H00 EN 18, ao Gil - Estremoz
LISBOA
17-fev-15 10H30 Av. da Ponte
18-fev-15 09H00/12H00 Rua António Sérgio – Santo António dos Cavaleiros
19-fev-15 09H00/11H00 Av. Capitães de Abril- Mem Martins
20-fev-15 08H00/13H00 EN 249-3, Variante Porto Salvo
20-fev-15 14H00/19H00 EN 6-3 Alto da Boa Viagem – Caxias
MADEIRA
16-fev 14H00 Rua Manuel dos Passos – Machico
17-fev 08H00 Rua Pestana Júnior; Rua 5 de Outubro e Av. das Madalenas - Funchal
19-fev 16H00 VR1 desde a Rotunda do Caniçal até à Ribeira Brava - Funchal
PORTO
18-fev-15 14H00/18H00 Estrada da Circunvalação, 11124 - Matosinhos
PORTALEGRE
18-fev-15 08H00/11H00 Av. de Badajoz - Elvas
SETUBAL
16-fev-15 08H00 Estrada do Seixalinho e Av. Fialho Gouveia
VIANA DO CASTELO
18-fev-15 20H30 Via Foral Dona Teresa- Ponte de Lima
VISEU
17-fev-15 14H00 Av. Egas Moniz - Lamego


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Sagres pede desculpa por vídeo que irritou os sportinguistas


A Sagres veio pedir desculpas por ter lançado na sua página de Facebook um vídeo que provocou a ira dos sportinguistas. Um dos protagonistas era o guardião Rui Patrício que viu o 'frango' que sofreu frente ao Belenenses ser parodiado.

A Sagres vem agora dizer que o vídeo "não foi interpretado da forma com que o criámos e pensámos. Compreendemos o ponto de vista daqueles que podem considerar este conteúdo ofensivo e por isso mesmo decidimos remover o video em questão."

A empresa acrescenta que "não foi nunca nosso intuito ofender, denegrir ou gozar com os intervenientes de um desporto que nos é tão querido". Este seria o primeiro de "uma série de vídeos  que iríamos lançar até ao final da presente temporada que tinha como objectivo retratar em 60 segundos um jogo de 90 minutos do ponto de vista do adepto. E pretendia faze-lo de uma forma descontraída, imparcial e até cómica. Fosse qual fosse o clube, fossem quais fossem os intervenientes."

Explicações que parecem não convencer os adeptos leoninos. Oito horas após o comunicado ter sido publicado no Facebook da Sagres já havia mais de 1200 comentários, a maior parte dos quais desfavoráveis à marca de cerveja, de leitores que dizem nunca mais tencionarem consumir Sagres.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Letra de música à venda por um milhão e meio

O manuscrito original da letra da canção “American Pie” vai a leilão e espera-se que seja arrematado por cerca de meio e meio de dólares.
Escrita e interpretada por Don McLean, a música foi lançada em 1971 e teve um sucesso global, apesar da sua letra enigmática que, ao longo de décadas, tem feito os fãs darem voltas à cabeça a tentar decifrá-la.

Há quem nela veja referências a outros grandes nomes da música, como os Rolling Stones, Beatles, Bob Dylan e quem garanta que se trata de uma análise social da América.

De concreto, sabe-se que foi escrita após o acidente aéreo que vitimou Buddy Holly e Ritchie Vallens em 1959 . E sabe-se isso porque Don McLean dedicou a música a Buddy Holly, tendo-se escusado, ao longo de todos estes anos, a responder a quaisquer perguntas sobre o que quis diz quando escreveu a letra (extensa) da balada de mais de 8 minutos.

O mistério pode agora estar à beira do fim, uma vez que o manuscrito que vai ser leiloado tem 16 páginas e para além da letra que conhecemos, inclui um vasto conjunto de notas.


O leilão será levado a cabo pela leiloeira Christie’s no dia 7 de Abril. Se despertar grande interesse e concorrência, até pode ser que este manuscrito ultrapasse os esperados 1,5 milhões de euros e consiga até superar os 2 milhões obtidos pela venda da letra de “Like a Rolling Stone”, de Bob Dylan, no ano passado, que fixou um novo recorde neste tipo de leilões. O anterior estava na posse de “A Day in the Life”, de John Lennon, arrematado por 1,2 milhões. 

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Roubalheira legal



Nos últimos dias surgiu por aí mais um escândalo bancário internacional. Ao que parece, a filial suiça do HSBC terá posto em prática um esquema que permitia a evasão fiscal a gente muito rica.

Quando aparece um caso desta dimensão há um grande impacto mediático e as pessoas escandalizam-se. Do outro lado, aparece, normalmente, a justificação de que se trata de um caso pontual de uns tipos muito gananciosos que aldrabaram o sistema. Mas que, obviamente, o problema já foi corrigido e agora tudo funciona sobre rodas. Com sorte, um ou dois dos principais responsáveis é identificado e, com mais sorte ainda, preso, um sinal extra de que o sistema funciona, os maus foram apanhados e tudo está bem.

Acontece que, como bem sabemos, este está longe de ser um caso isolado. Ainda há um ou dois meses surgiram alegações que o Luxemburgo, no tempo em que era liderado pelo actual presidente da Comissão Europeia, tinha um esquema que permitia a grandes empresas internacionais fugirem aos impostos nos seus países de origem.

Também convém não esquecer que a crise de 2008 surgiu a partir de um conjunto de aldrabices promovidos por banqueiros e com a cumplicidade de supostos reguladores, empresas de rating e políticos. E que, na Europa, o tal resgate aos países mais afectados não passou de um resgate aos bancos que tinham dívida pública de risco. E que, em Portugal, temos tido uma boa dose de problemas com bancos.

A verdade é que, ao contrário do que nos querem fazer crer, o sistema está concebido para que um por cento dos mais ricos roubem, de forma directa ou indirecta, os outros 99 por cento. Não é pelos seus lindos olhos, capacidade de trabalho ou grandes qualidades que são donos de metade da riqueza do mundo. É por serem beneficiários do sistema de roubalheira 'legal' que está montado. 

(Opinião - Jorge Eusébio)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A crise quando nasce não é para todos



Vítor Bento, um homem que pode ser tudo menos um radical esquerdista, resolveu analisar os resultados da política de austeridade e chegou a uma conclusão essencial: “após seis anos de crise, a zona euro está pior.”

O Produto Interno Bruto (PIB) dos países que a constituem caiu 1,5% desde que a crise rebentou e o desemprego aumentou 4 pontos percentuais (pp). Enquanto isso, nos EUA, o PIB cresceu 8,3% desde 2008 e o desemprego teve uma descida marginal de 0,5 pp.
Quanto ao grupo de países da União Europeia que não fazem parte do Euro, durante o mesmo período, o seu PIB agregado subiu 4,8%, o desemprego aumentou 1,7 pontos percentuais.

Portanto, dos três blocos analisados, aquele de que fazemos parte foi o que menos sucesso teve, o que é capaz de ter a ver com a política louca da austeridade que foi seguida.

Mas acontece que as desgraças daí resultantes não afectaram da mesma forma todos os países que fazem parte da zona Euro. Os países classificados como Deficitários (Estónia, Irlanda, Grécia, Espanha, Chipre, Malta, Portugal, Eslovénia, Eslováquia) tiveram uma pancada grande, com o PIB a cair 7,4% e o desemprego a chegar aos 21,3%.
França e Itália também foram afectados mas em menor escala, com uma queda de 2.4% no PIB e um aumento no desemprego, cuja taxa chega aos 11,3%.

Do outro lado estão os chamados países Excedentários (Alemanha, Áustria, Bélgica, Holanda, Luxemburgo e Finlândia), que não têm grandes razões de queixa da crise.
No seu conjunto, e de acordo com as contas de Vítor Bento, contam com um crescimento do PIB de 2,1% desde 2008, enquanto que o desemprego até é mais baixo do que o verificado nesse ano (passou de 6,3 para 5,6%).


Portanto, e em resumo, o que se passa é o seguinte: a receita da austeridade foi óptima para estes países, teve custos relativos para a Itália e França e foi uma desgraça para todos os outros países da zona Euro. É por isso que a Alemanha quer manter a receita. Tudo o resto, como diria Passos Coelho, são “contos de crianças”.

(Opinião - Jorge Eusébio)